Já perdeu!
O celular encurta distâncias e nos coloca em contato com pessoas em todos os lugares do planeta, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Embora a tecnologia do celular tenha surgido em 1956, a telefonia móvel foi lançada comercialmente há 50 anos, em abril de 1973. O aparelho, da Motorola, media 25 centímetros de comprimento e sete centímetros de largura. Possuía uma bateria que durava míseros 20 minutos. A primeira ligação foi feita em Nova Iorque. Em 1979 a tecnologia chegou ao Japão e à Suécia e apenas em 1983 ela se disseminou no restante dos Estados Unidos. No Brasil, chegou em 1990, com tecnologia ultrapassada. O aparelho era popularmente chamado de “tijorola”.
E o celular ocupou rapidamente um espaço inimaginável. Hoje ele é uma filmadora, máquina fotográfica, roteador de wi fi, internet, correio eletrônico, editor de textos e imagens, acesso a redes sociais, computador, memória externa, projetor multimídia, calculadora, relógio, rádio, mouse, I Pod, vitrola, controle remoto, tradutor, digitalizador de imagens, aparelho de ultrassom, mede a pressão arterial, o ritmo cardíaco e a taxa de oxigênio no sangue, calendário, agenda de contatos, cronômetro, despertador, GPS, livros, jornais e revistas. Talvez esteja faltando algo, mas aí os meus raros leitores tratarão de me lembrar. Ah! Não poderia esquecer. Ele até faz e recebe ligações telefônicas.
Como toda tecnologia, existe um custo a pagar. Nem todos tem bom senso no uso e frequentemente o uso abusivo traz consequências físicas (privação de sono, dores na coluna, problemas de visão) e psicológicas (depressão, angústia, ansiedade, déficit de atenção, síndrome de abstinência). Verifica-se diminuição do desempenho acadêmico e no trabalho. Relacionamentos na família ou pessoais são prejudicados. Diminuíram os encontros ao ar livre para que se fique conectado. Já existe vida social virtual em detrimento da real. É cada vez mais comum os jovens terem mais amigos virtuais do que presenciais. Os hábitos à mesa mudaram. O número de brigas virtuais explodiu. Basta dar uma olhada em grupos de Whatsapp abertos. A desinformação é a regra. Hoje existem muito mais postagens com dados falsos ou enviesados do que informações corretas e úteis.
Hoje é quase impossível imaginar como seria a nossa vida sem o celular. Tornou-se uma extensão do nosso corpo. O problema é que o ser humano sempre dá um jeito de desvirtuar o uso de novas tecnologias. Tem gente temendo o que vem por aí: inteligência artificial, carros autônomos sem motorista, órgãos humanos impressos em 3D, implante de celulares no corpo (antebraço), roupas inteligentes, etc. Com o nosso histórico (energia nuclear/bomba atômica – avião de transporte/arma de guerra), pode procurar outras coisas para se preocupar. Esquece. Já foi!
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