Investimentos e o IPTU

O resultado da nova pesquisa MultiCidades - Finanças dos Municípios do Brasil, publicação lançada este mês pela Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas (FNP), mostra dados curiosos sobre Catanduva. Se por um lado a cidade está no seleto grupo dos 100 municípios que mais investiram recursos próprios no ano passado, por outro ela compõe outro grupo daqueles que mais cobraram IPTU dos seus moradores, na média per capita. Numa reflexão rápida é possível deduzir que investiu tanto por estar, justamente, entre os que mais cobram impostos de sua população, mas aí tem uma agravante – uma pimenta nesse raciocínio. No levantamento anterior, referente a 2021, a cidade também estava no “Top 100” do IPTU per capita, mas não apareceu entre aquelas cidades que mais investiram recursos próprios. Ou seja, as coisas não estão necessariamente correlacionadas, ainda que a lógica faça deduzir isso ou levasse a isso. Infelizmente os gestores nem sempre conseguem fazer com que os impostos recolhidos voltem como investimentos para o cidadão, pois muitas vezes o dinheiro se perde no custo da própria máquina pública, com as benesses do funcionalismo e comissionados, em dívidas herdadas ou assumidas e tantas outras coisas que podem, eventualmente, reduzir o poder de investimento da gestão pública. Além do que se tem sobre Catanduva, o estudo da FNP mostra acima de tudo que os municípios assumiram posição preponderante na execução dos investimentos públicos, ainda que muitos prefeitos critiquem essa municipalização exacerbada que não é acompanhada pelo aumento dos repasses e recursos da União e dos estados, sufocando as cidades menores.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.