Internet... terra sem lei ou sem noção?

O advento da globalização e a ampliação do acesso à internet possibilitaram um mundo de novas experiências, seja no âmbito das pesquisas, seja na facilidade em encontrar respostas para algumas inquietações, enfim, a internet trouxe ao grande público uma infinidade de novas possibilidades de interação com a informação. Posto isso, essa informação deveria vir condicionada a aspas, ou seja, “informação”, porque muitas das coisas que são postas na World Wide Web ou Rede de Alcance Mundial trazem consigo uma reflexão plausível que se segue: Até que ponto podemos confiar em tudo o que é disponibilizado a todos nós?   

Talvez a facilidade de encontrarmos respostas fáceis seja uma debilidade nossa, somos preguiçosos, entretanto, não creio ser essa a resposta, uma vez que sempre preferimos a resposta pronta do que nos dispormos a encontrá-la, que para tal, se faz necessário empenho de tempo, dedicação, estudo e muita dor de cabeça, até que o mistério envolvido em determinada inquirição se desfaça. Portanto, a grande maioria não dispõe dessa vontade em desnudar um mistério, sempre relegando o trabalho a outro.  

Mas o maior mistério que talvez já tenhamos a resposta é a forma insensata do uso da internet, em especial, as redes sociais. Em um mundo de fake news, é complicado acreditarmos em quaisquer respostas prontamente dadas, todavia, na mesma proporção, não há disposição em contradizê-la, outros por sua vez acabam crendo plenamente, sem refletirem acerca daquilo que lhes é oferecido e, assim, compartilham com mais 10, gerando um círculo vicioso de desinformação.  

Quando confrontados, ah! Uma vasta gama de impropérios nos é oferecida, pois estão crentes que por trás de uma tela, a lei não os imputará. E lhes pergunto, até que ponto a internet é uma terra sem lei? Claro, crimes virtuais são, em suma, difíceis de serem averiguados, haja vista que há vasta lista de programas que protegem tais criminosos, seja mudando o IP, seja mascarando a localização em tempo real, deep web, dark web. Ou seja, a internet é um espaço ímpar para promover a desinformação e quem sabe, algo mais, como outros crimes tipificados. 

Temos também outros que não são os “criminosos”, são os sem noção, que bradam vilipêndios apenas por serem quem são, pois necessitam ser uma persona que se vale da máscara virtual para poder existir, esses são tão perigosos quanto os primeiros, a diferença se dá na inteligência de cada um, pois, enquanto um procura artimanhas para se salvaguardar enquanto comete os ilícitos, o sem noção o faz como bandeira da sua pífia masculinidade fragilizada, da máscara de valente. Mas o que ambos têm em comum? Ambos são filhos da internet, ambos se valem do sistema fragilizado que temos para continuarem a existir. 

São necessárias, sim, ferramentas que coíbam a utilização da internet para fins nefastos, mas aí nos depararemos com outros empecilhos, que são os ganhos que alguns têm por trás de tudo, mas isso é assunto para outra conversa. 

 

 

 

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva