Interesse coletivo
As consultas médicas na rede pública de saúde costumam envolver longo tempo de espera. Aliás, em muitas especialidades, acontece o mesmo nos consultórios privados. Seja como for, quando chega a tão esperada data, há algumas possibilidades que podemos imaginar: a pessoa está “na mesma”, levando-se em conta que não havia pressa, piorou antes disso e procurou por algum atendimento emergencial ou, ainda, acredita ter melhorado e “desencanou” da consulta. Ou seja, há a possibilidade real de o paciente não comparecer na consulta médica agendada, independentemente do cenário, afinal, mesmo aquela pessoa que não teve qualquer mudança de saúde pode simplesmente esquecer de tal compromisso. Irresponsabilidade? Descaso? Pode ser, mas, infelizmente, acontece. Diante disso, os serviços públicos precisam adotar rotinas bem semelhantes a muitos profissionais da rede privada e manterem contato com os interessados nos dias que antecedem a consulta para confirmar presença – há muitos aplicativos tecnológicos para isso, em que o cidadão confirma com um clique. Os órgãos que fazem os encaminhamentos também podem auxiliar nesse processo e, eventualmente, fazer o mesmo tipo de checagem com seus pacientes “monitorados”. Pode até parecer que estamos jogando ao poder público a responsabilidade pessoal e talvez seja essa a verdade. A questão é que, desse modo, o interesse a saúde dos outros acaba sendo favorecida e preservada à medida que a fila de espera anda mais rápido. Se não houver cadeiras vazias que deveriam estar ocupadas por pacientes agendados, é sinal que ali estará uma pessoa que realmente precisa de atendimento médico e estará presente para recebê-lo. O interesse coletivo, a bem da verdade, será preservado de todas as formas.
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