INSS da insalubridade

Não é de hoje que a agência local da Previdência Social enfrenta problemas estruturais. Em novembro de 2023, O Regional questionou o INSS sobre a situação insalubre enfrentada pelos usuários da unidade. Conforme os relatos da época, a área de espera para o público, que não possui janelas nem ventiladores, estava com o ar condicionado quebrado há pelo menos quatro meses. Quando o tema foi abordado pela reportagem, dias seguidos com altas temperaturas, as pessoas afirmaram ser insuportável aguardar pelo atendimento. Algumas até passaram mal e foram socorridas. Em março do ano passado, denúncia semelhante chegou à redação do jornal, dando conta de que o ar-condicionado havia quebrado de novo e/ou continuava inoperante. Circulou até a informação de que a agência teria sido interditada pela Vigilância Sanitária, o que não se confirmou. Nas duas ocasiões, não houve qualquer resposta formal do INSS e, como se vê agora, um ano depois, tudo continua na mesma e piorando, com as perícias sendo feitas em outras cidades. Chama a atenção, inclusive, o fato de as pessoas estarem sendo encaminhadas a municípios menores cuja estrutura de atendimento, em tese, poderia ser igualmente menor. Ainda que seja, é muito provável que a qualidade do espaço e da estrutura seja superior, pois ao menos isso pode explicar parcialmente a atual situação. Por outro lado, ainda que a medida preserve a saúde dos médicos peritos, que não precisam enfrentar o calor e a insalubridade, sobre os usuários do sistema recai o ônus de precisar se deslocar a outros municípios para fazer algo que sempre foi oferecido aqui. Normalmente o fluxo acontece das cidades menores para as maiores, até porque, assim, o contingente se deslocando fica menor. Em vez de deturpar qualquer lógica, o INSS precisa investir o necessário para solucionar essa história o quanto antes.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.