Inclusão digital para terceira idade

O Brasil atualmente país tem aproximadamente 30 milhões de pessoas acima de 60 anos de idade e, de acordo com o IBGE, daqui a 25 anos, essa população deverá ser de um quarto da população brasileira. O envelhecimento populacional é uma tendência mundial. As pessoas da terceira idade passaram a usar mais a internet, especialmente os celulares com a acesso às redes sociais. Apesar do crescimento, esse ainda é o menor grupo etário de usuários conectados à internet: apenas 31,1% de toda a população idosa do Brasil utiliza a internet. Um indivíduo incluído digitalmente é aquele que usa desse suporte para melhorar as suas condições de vida. Para aquelas pessoas que mal tiveram oportunidade de estudar, num mundo globalizado e repleto de novas tecnologias, envelhecer pode significar exclusão digital e isolamento social.

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) chama a atenção para a necessidade de mais iniciativas voltadas à inclusão digital que desmistifiquem os aparelhos tecnológicos para todos os interessados e não só para uma classe privilegiada. Segundo a pesquisa, um dos maiores fatores que implica na rejeição da tecnologia é o fato de a interação não ter sido realizada mais precocemente.

À proporção em que aumenta a média de idade da população em todo o planeta, o mundo parece estar ficando cada vez mais tecnológico. Mas a relação entre idosos e eletrônicos nem sempre é das mais amistosas. Saber em que medida isso acontece – e o que influencia a aceitação destas ferramentas – é o primeiro passo para tentar aproximar os dois. Em um estudo com 100 indivíduos com mais de 65 anos escolhidos ao acaso, foi analisado o nível de aceitação da tecnologia por parte dos entrevistados, e quais fatores poderiam fazer diferença para que um idoso encarasse os dispositivos modernos como aliados.

Um fator que chamou a atenção no estudo é que os idosos, em sua maioria, demonstram medo ou receio em relação aos aparelhos tecnológicos. Do total dos entrevistados, 24% relataram ter medo de utilizar as novas tecnologias, e 40% relataram ter receio de danificar o aparelho.

Os que responderam ter medo afirmaram que o sentem principalmente quando usam a internet. Além disso, é comum o medo de vírus e redes sociais, de estragar e/ou quebrar o aparelho, de não saber utilizar, de errar e das consequências do suposto erro. Medo de errar a voltagem, de apagar documentos de outras pessoas que estão no computador, de não aprender a utilizar, de não memorizar as funções e de não conseguir utilizar o aparelho também foram mencionados. Alguns relataram ainda ter medo devido a más experiências com tecnologias.

Os resultados da pesquisa mostraram que, apesar das dificuldades encontradas, os membros do grupo avaliado relataram que superaram o medo após frequentarem cursos de inclusão digital. Muitos idosos têm curiosidade de conhecer os avanços tecnológicos e vontade de aprender.

Mas é importante ficar atento que o número de idosos que tem literalmente “caído no golpe” digital é bastante grande. Dai a necessidade de se precaver neste mundo cheio de armadilhas.

Autor

Davis Quinelato
Advogado em Catanduva