Inauguração do SESC Catanduva

O SESC – Serviço Social do Comércio – é uma instituição brasileira privada, sem fins lucrativos, mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo, através de recursos públicos, com atuação em todo âmbito nacional, voltada, prioritariamente, para o bem-estar social dos seus empregados e familiares, mas também aberto à comunidade em geral. Atua nas áreas de Educação, Saúde, Lazer, Cultura e Assistência Médica.

Foi criado no dia 13 de setembro de 1946, pelo Decreto-Lei Nº 9.853, na época do Presidente Eurico Gaspar Dutra, que autorizou a Confederação Nacional do Comércio a criar o Serviço Social do Comércio – SESC. A sede do Departamento Nacional do SESC está localizada na cidade do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá.

Em Catanduva

A história do SESC em Catanduva se iniciou no ano de 1947, época em que o professor Giordano Mestrinelli abrigou em sua Escola Remington, de Datilografia, a Universidade do Ar, criada e mantida pelo SESC e SENAC. Teve início, então, a trajetória inicial do SESC em nossa cidade.

Posteriormente, em 23 de janeiro de 1951, era criada a unidade do Serviço Social do Comércio de Catanduva, tendo como diretor a figura do professor Giordano Mestrinelli, grande incentivador da instalação da unidade em Catanduva.

Com a denominação “João Di Pietro”, o núcleo local passou a desenvolver no comércio de Catanduva uma atividade sem par, cujo objetivo foi criar em nossos meios comerciais, uma sólida relação entre empregados e empregadores.

Funcionava, incialmente, em um pequeno prédio localizado a Rua Minas Gerais Nº 331, onde permaneceu até 08 de novembro de 1969 quando foi inaugurado o amplo Centro Cultural e Desportivo construído pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo, cujo presidente era José Papa Júnior, que em épocas posteriores recebeu título de cidadão catanduvense, através do Decreto Legislativo Nº 30, de 18 de setembro de 1973, de autoria do vereador Gregório Rodrigues Gil. A entrega do referido título se deu no dia 09 de agosto de 1974, nas dependências do Clube de Tênis Catanduva.

Inauguração

A inauguração do Centro Cultural e Desportivo “José Di Pietro” trouxe grande movimentação para a cidade de Catanduva, que se realizou no dia 08 de novembro de 1969.

De acordo com o jornal “A Cidade”, de 09 de novembro de 1969, “(...) constituiu acontecimento marcante, por todos os títulos, a inauguração, ontem, da nova sede do Centro Social do SESC ‘João Di Pietro’, com o que se concretiza o atendimento de uma das mais legítimas aspirações desta comunidade”.

Esteve presente na inauguração o Dr. José Papa Júnior, presidente da Federação do Comércio e dos Conselhos Regionais do SESC e SENAC, e o Dr. João Di Pietro, patrono do Centro Social, bem como numerosas outras personalidades, como dirigentes e altos funcionários das entidades, ampliando a importância do acontecimento.

A chegada do Sr. Papa Júnior se deu às 09:30 horas, tendo sua comitiva sido recepcionada por centenas de pessoas, que se dirigiram ao aeroporto. Organizou-se, depois, um grande cortejo de carros, rumo à nova sede do SESC, na Travessa Alagoas.

Em vários pontos do percurso e, principalmente, nas imediações daquele local, concentrava-se grande massa popular, com destaque para o grande número de estudantes.

Em frente a nova sede, encontrava-se a Banda Marcial do Colégio “Nicola Mastrocola”, e Legião Mirim e sua fanfarra e a Banda Juvenil da Associação “Lar da Criança”, em seus uniformes de gala. As três corporações exibiram-se de forma majestosa, ficando a cargo da Banda Juvenil a execução do Hino Nacional Brasileiro.

Momentos depois, no salão principal do edifício, dava-se a solenidade inaugural, que incluiu o desvelamento de duas placas: uma em homenagem aos senhores Antonio Stocco, Carlos Machado, José Antônio Borelli (ex-prefeitos) e João Righini (prefeito da época); a outra assinalava a inauguração da unidade, bem como uma hermo do Dr. João Di Pietro.

Fizeram uso da palavra, na ocasião, o Sr. Giordano Mestrinelli, Sr. Edmauro Saigh, Dr. João Di Pietro, Dr. João Righini e Dr. José Papa Júnior.

Seguiu-se o ato inaugural do serviço de ampliação do serviço telefônico urbano, de que participaram os visitantes, realizando-se depois, a partir das 12h30 horas, o coquetel e banquete em homenagem ao Dr. José Papa Júnior.

Nesse encontro, discursaram os senhores João Righini, jornalista Nair de Freitas, orador oficial da homenagem, e o Dr. José Papa Júnior, cuja irradiante simpatia já havia conquistado a admiração geral, inclusive pela sua simplicidade e pelo seu informalismo, acompanhando com o pandeiro o conjunto de sambistas “Os Diferentes”, que abrilhantaram a reunião.

O Dr. José Papa Júnior e sua comitiva regressaram à cidade de São Paulo às 15:30 horas, tendo numerosas pessoas comparecidos ao seu “bota-fora”.

Medalha 14 de Abril

Por consequência de todo o trabalho desenvolvido em sua história local, o SESC Catanduva recebeu, em 28 de agosto de 1996 a Medalha “14 de Abril”, grande honraria oferecida pela Câmara Municipal de Catanduva.

A homenagem partiu do vereador Walter Schettini, transformando-se no Decreto Legislativo Nº 137, que se justificava “pela atuação dessa importante entidade de serviços das mais experimentadas em gerar programas de saúde, cultura, lazer e esportes para as classes trabalhadoras, atuando em nossa cidade desde 1951”.

A medalha foi entregue para o gerente da unidade local da época, professor Nelson Lopes Martins, em cerimônia realizada na Câmara Municipal de Catanduva, em 10 de setembro de 1996.

Fontes:

 - Revista “A Feiticeira”, dezembro de 1969, Ano V, página 23.

 - Material consultado no acervo do Centro Cultural e Histórico Padre Albino.

 

Foto: Dr. José Papa Júnior, presidente do SESC, visita às obras do Ginásio de Esportes da unidade de Catanduva, no ano de 1971. Na foto, algumas pessoas identificadas: Gregório Rodrigues Gil, Romeu Patriani, Warley Agudo Romão, prof. Giordano Mestrinelli, Dr.João Righini, Dr. José Papa Júnior, Diofen Martani, Miguel Elias, Waldemar Barato, prof. Jair Pozetti, prof. Haroldo Gondin Guimarães, Gilberto Motta e  Pedro Nechar.

Autor

Thiago Baccanelli
Professor de História e colunista de O Regional.