O nascimento do primeiro bebê de um novo ano costuma ser celebrado e noticiado, como tradição. Ele traz consigo o símbolo de vida nova e a renovação da esperança por tempos melhores. Mas para que a mudança aconteça, essa criança, assim como as demais de sua geração, precisa ter acesso à educação e saúde de qualidade, ter oportunidades de formação e emprego. Tudo isso envolve responsabilidades dos atuais governantes, que precisam garantir os direitos básicos aos cidadãos e, nesse viés, chama atenção a afirmação da promotora de Justiça Bruna Maria Buck Muniz, em reportagem do último domingo, de que a “revolucionária oportunidade” de estudo dada a Franciéli Bruna Silva, que ganhou bolsa integral para o Ensino Superior na Unifipa, não é ofertada pelo poder público. Ela se referia à iniciativa da Arcos - Associação e Rede de Cooperação Social, que possibilitou que a jovem que passou a vida em um abrigo de Tabapuã tivesse condições de estudar, formar-se e, quem sabe, a partir disso, mudar a realidade de sua família. E tal mudança só se concretizará pelo estudo, pela educação, pelo conhecimento. Franciéli, nos depoimentos dados à reportagem, mostrou claramente esse entendimento. “O projeto dá a oportunidade a jovens, que querem ter um futuro melhor, possam sonhar de novo, pois na maioria das vezes os jovens são obrigados a sair da escola e ir trabalhar sem ter a oportunidade de tentar algo melhor”, analisou ela, reforçando a importância do estudo e revelando o sonho de ministrar aulas e ensinar outras pessoas que elas podem conquistar tudo o que sonham. “Meu sonho é ser para meus alunos pelo menos um terço do que meus professores foram pra mim. Professores não apenas ensinam o que está pronto para ser ensinado, mas o modo que o mundo é lá fora e como devemos nos preparar para ele.”