Impacto real da dengue

O descuido da população com relação à eliminação de criadouros da dengue, somado à ineficiência do trabalho da EMCAa, que não conseguiu reduzir o índice larvário do município, possibilitaram o cenário que estamos vivenciando hoje. Não só em Catanduva, é fato, mas temos que pensar que se aqui as coisas fossem diferentes, talvez estaríamos mais seguros. Diferente disso, conforme dados do Painel de Monitoramento da Dengue atualizados até sexta-feira, 22, Catanduva tem 929 casos confirmados, 1.079 em investigação e três óbitos em investigação. Como consequência disso, podemos relatar a alta da demanda nos postos de atendimento, o que já vem elevando os custos do serviço, bem como a anunciada abertura de um ponto de hidratação para pacientes com dengue – que, aliás, começa a demorar para surgir. Na área econômica, a dengue tem causado reflexos trabalhistas, devido aos atestados e afastamentos, o que certamente provoca impacto financeiro na vida de empresários e empreendedores. Por outro lado, para quem depende somente de si para ganhar o pão de cada dia, em serviços autônomos, por exemplo, a dengue pode representar problema de saúde, mas também uma grave dificuldade financeira – exigindo, por vezes, que a assistência social do município esteja presente e atuante. Além disso tudo, vimos na edição de O Regional da última sexta-feira que a dengue também tem derrubado os estoques de sangue do Hemonúcleo de Catanduva. Isso por dois motivos simples: quem está com dengue não pode doar sangue por 30 dias após a melhora dos sintomas e, ao mesmo tempo, ela é um agravante para a demanda por bolsas de sangue, uma vez que em casos mais graves é necessária a transfusão. Ou seja, são muitos reflexos negativos de uma doença que não passa de forma direta de uma pessoa para outra e que, diferente da Covid-19, pode ser controlada com medidas tidas como mais simples e rotineiras.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.