Iluminados sob a Luz do Natal
Estamos há poucos dias para uma das comemorações mais esperadas do ano: o Natal, data em que se comemora o nascimento do Cristo, o grande Salvador da humanidade.
Nesta data, o que se busca são sentimentos maravilhosos, como paz, tranquilidade, amor, esperança, em clima de muitas festas, abraços e trocas de carinhos, ora em forma de presentes, ora em forma de gestos.
E por falar em Natal, hoje quero fazer referência a uma parte da história de Catanduva que marcou muito minha infância: as decorações natalinas da cidade, as milhares de luzes que enfeitavam nossa querida cidade feitiço, transformando-a em uma cidade do sonho.
Lembro-me que quando tinha, aproximadamente, uns 10 anos de idade, lá por volta de 1996, o que eu mais adorava no final de ano era passear de carro pelo centro da cidade no período noturno para ver as “luzinhas” de Natal.
Meus pais, Moacir e Solange, não mediam esforços para realizar esses passeios à terra iluminada, e juntamente com minha irmã, Jéssica, íamos a bordo de nosso Corcel II, de 1980, percorrer as ruas totalmente decoradas por consequência do Natal.
Recordo-me da Praça Monsenhor Albino, da Igreja Matriz toda decorada, de uma série de edifícios de nossa cidade que faziam maravilhosos arranjos, proporcionando verdadeiros espetáculos com os jogos de luzes, criando desenhos fantásticos.
Junta-se a isso as decorações das lojas e de inúmeras casas na cidade, no Jardim do Bosque, no Centro, no Aeroporto, que se dedicavam em criar um ambiente lindo.
Enfeites
O centro da cidade sempre foi alvo de decoração na época de Natal, principalmente após a construção dos calçadões, em meados dos anos de 1980.
Além disso, era muito famoso também o Presépio Vivo, iniciado e coordenado por Janete Monteleone Silva, chegando até a ser filmado pela TV Globo, em 1986.
Na década de 1990, as decorações natalinas atingem o seu auge, principalmente através da parceria entre a Prefeitura Municipal e a Associação Comercial e Industrial de Catanduva (ACIC).
Através do projeto Luzes na Cidade, passaram a ocorrem verdadeiros campeonatos para definir qual era a mais bela e pomposa decoração natalina.
E tudo era feito na ordem das coisas: a pessoa deveria fazer um cadastro no projeto, que era divido em categorias, como residências, casas comerciais e empresariais, edifícios, instituições, entre outros. Só não poderia participar do concurso os estabelecimentos iluminados com recursos públicos.
Após feito o cadastro, os estabelecimentos tinham a missão de se enfeitarem o máximo que podiam, oferecendo às pessoas, um requinte e um sentimento natalino confortável demais.
Depois de toda a preparação, as decorações passavam por julgamento, através de júri popular, onde os vencedores recebiam suas respectivas premiações, além de brindes e certificados para os melhores colocados.
O que movia as pessoas para realizarem lindas decorações não eram os prêmios em si, mas a possibilidade de oferecer um clima natalino aconchegante, deixando a cidade toda iluminada.
Racionamento
A beleza da decoração e iluminação continuaram a todo vapor até o início do ano de 2000, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou a notícia de que o Brasil poderia ficar sem energia elétrica, gerando um clima de tensão e preocupação entre a população.
Na época do Natal, a iluminação e a decoração continuaram de forma esplendorosa, embora em menor quantidade de participantes, mesmo com a ACIC e a Prefeitura Municipal de Catanduva continuando normal a realização do projeto Luzes de Natal.
No ano seguinte, 2001, o presidente anunciou um severo racionamento de energia, falando muito na possibilidade de “apagão”.
Como forma de tentar não deixar que isso acontecesse, o governo passou a incentivar, por meio de descontos na tarifa, os usuários a economizar energia elétrica e punir, através de multas, os que não apresentassem redução do consumo de energia elétrica.
Dentro dessa política nacional, a Prefeitura Municipal de Catanduva e a ACIC não realizaram o evento das luzes natalinas, oferecendo outras atividades, como apresentação de bandas e brincadeiras com as crianças.
O racionamento de energia continuou até, aproximadamente, o ano de 2003, juntamente com os natais bem menos iluminados.
Neste ano, a Prefeitura de Catanduva lançou, em grande estilo, a campanha Natal com Vida. A abertura oficial da campanha se deu no dia 1º de dezembro, com uma série de eventos, como a entrega da reforma da Praça da República, abertura da rua Alagoas, juntamente com a apresentação da referida praça que inclui, inclusive, neve artificial. A tradicional Fonte Luminosa, que faz parte da história da cidade, também está em pleno funcionamento.
No mesmo dia, na Praça da Matriz de São Domingos, foi aberta a programação cultural e decoração de Natal, que inclui árvores de Natal iluminada, com 15 metros de altura, com show musica da dupla João Bosco & Vinícius.
Segundo a prefeitura, haverá apresentações musicais no palco cultural, sempre à noite, de segunda a sexta-feira, até o dia 22 de dezembro. A programação inclui, também, roteiro nos bairros com o carro do Papai Noel e atrações em movimento nas ruas centrais.
O cronograma de atividades será postado diariamente nas redes sociais e no site da Prefeitura de Catanduva (https://www.catanduva.sp.gov.br/). Este ano, além da decoração nas três praças centrais, as entradas da cidade também ganharam iluminação natalina.
Fotos:
Em meados da década de 1990, toda a cidade de Catanduva era iluminada na época do Natal, inclusive muitas árvores de nossa cidade, como retrata a foto acima
Um dos maiores marcos da decoração natalina em Catanduva era a Igreja Matriz de São Domingos, que se transformava num prédio mágico com as luzes que recebia
Uma das lembranças de minha infância eram os passeios que realizava para ver as luzes de Natal, aqui em Catanduva, a bordo deste Corcel II, anos 80. Na foto, este colunista, Thiago Baccanelli, juntamente com seu pai Moacir e sua irmã Jéssica
As decorações em Catanduva continuaram de forma magnífica até o início do ano 2000, quando o então presidente, Fernando Henrique Cardoso, anunciou que o Brasil poderia ficar sem energia elétrica, iniciando um severo racionamento de energia em 2001
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