Igualdade e Equidade

Tenho estudado bastante tanto para produção acadêmica minha, como no Grupo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Moral e Educação (GEPEDEME) acerca da Igualdade E Equidade nos diversos segmentos da sociedade.

No que tange a igualdade, a Constituição Federal de 1988 afirma que todos são iguais perante a lei, entretanto, será que vemos o mesmo tratamento para pessoas de camadas sociais mais fragilizadas em relação às camadas mais abastadas? Será que vemos o mesmo tratamento entre negros e brancos? Em relação a este último item, em 2022, uma pesquisa revelou que mais de 67% da população carcerária no Brasil são negros. Detalhe que revela que embora haja supostamente uma igualdade de tratamento legal, ainda tem uma diferença gritante no tocante ao preconceito racial e o racismo estrutural.

Ainda em relação aos negros e as camadas sociais, 75% entre os mais pobres são negros em contrapartida, 70% dos mais ricos são brancos, realçando os aspectos desiguais da sociedade brasileira. Quanto à equidade, em especial numa sociedade meritocrática, nem é necessário ressaltar que há uma gritante diferença, brancos. Nos aspectos de inserção ao mercado de trabalho, negros tem 34% menos chances que brancos, conforme pesquisa.

Já no aspecto educacional, a meritocracia se dá não só em relação às oportunidades, mas sim à própria justiça meritocrática, dando ênfase àqueles considerados mais capazes e excluindo ou relegando papel de retardatários aos menos capazes, tornando-se numa educação excludente. Ainda neste mesmo ponto, Bourdieu fala sobre o capital cultural e a mão de obra, uma vez que designam o que deve ser aprendido aos mais pobres, desde da aquisição cultural, ou marginalização cultural de um povo, fragmentando as capacidades de ascender aos mais elevados níveis culturais e cursos técnicos para ingressarem rapidamente ao mercado de trabalho com salários baixíssimos, enquanto os mais ricos, gozam da plenitude de um capital cultural amplo, acesso à universidades e condições melhores de empregos que paguem mais e que tenha condições laborais menos agressivas.

Se analisarmos quaisquer outras situações, veremos que não há igualdade, nem tampouco equidade na estrutura social, mas então, e que fazer? É necessário que os governos, em suas respectivas esferas pautem em políticas econômicas e sociais que venham ao encontro de uma política equitativa, que rompa com paradigmas que há muito se mostram excludentes e afetam diretamente a dignidade humana.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva