Homem-Aranha - Através do Aranhaverso

Homem-Aranha – Através do Aranhaverso é a nova animação da Sony que traz de volta Miles Morales, o herói aracnídeo de origem porto-riquenha. O multiverso, aqui centrado no “aranhaverso”, está na moda, tanto na Marvel quanto na DC e levou o Oscar com Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. O filme entrou em cartaz no no CineX, em Catanduva.

A animação continua o revolucionário Homem-Aranha no Aranhaverso (2018), que apresentou o conceito do Aranhaverso, realidades alternativas onde existem diferentes versões do Homem-Aranha, cada uma com sua própria história e personalidade, das HQs, desenhos, mangás e games.

Acompanhamos a jornada de Miles Morales, adolescente do Brooklyn que ganhou poderes aracnídeos após ser picado por uma aranha radioativa. Ele se une a vários Homens-Aranha de outras dimensões para impedir que o vilão Rei do Crime destrua todas as realidades.

Em Através do Aranhaverso, Miles cresceu e continua sua vida como estudante e super-herói, mas sente falta dos amigos. Ele reencontra Gwen Stacy, a Mulher-Aranha de outra dimensão, que o convida para uma nova missão: salvar o multiverso do Mancha, um vilão cujo corpo abre portais para inúmeras dimensões. Miles e Gwen encontram novos aliados, que formam uma espécie de patrulha spider de várias realidades alternativas, lideradas pelo Homem-Aranha do ano 2099.

A produção é tão complexa, que foram necessários três diretores, Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson, que já trabalharam em projetos como Avatar: A Lenda de Aang, Soul e O Espetacular Homem-Aranha. O roteiro é de Phil Lord e Christopher Miller, os mesmos criadores da franquia Uma Aventura Lego e do primeiro Aranhaverso.

O primeiro filme já trouxe uma forte estética de quadrinhos, aqui radicalizada. São desenhos impressionantes, com um colorido que vai do realista ao totalmente estilizado, marcado por elementos formais típicos dos gibis, imagens pontilhadas, legendas comentando a ação no canto da tela, típico dos quadrinhos. O filme é uma obra de arte, e não faz concessões, usando de todo tipo de técnica, do 3d ao 2d, da pintura ao traço, até mesmo fotografia.

A animação é baseada nas sagas das HQs da Marvel Spider-Verse (2014) e Spider-Geddon (2018), que exploram o conceito do Aranhaverso. O roteiro presta homenagens a filmes, HQs, jogos e animações do Aranha, mas nunca houve uma adaptação tão punk quanto essa, na forma e atitude. A crise de identidade dos jovens heróis e seus conflitos familiares são muito bem amarrados com o épico destino do Aranhaverso.

Homem-Aranha – Através do Aranhaverso guarda uma surpresa atrás da outra, com rumos totalmente inesperados na trama. São quase duas horas e meia de frenesi, que acaba num “continua” tão ao gosto dos gibis da Marvel dos 60, e só veremos ano que vem.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.