As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. São cerca de 17,7 milhões de pessoas todos os anos. Somente no Brasil, são contabilizados mais de 300 mil óbitos anualmente. Os números não são ficção científica ou estimativas de uma pesquisa qualquer; ao contrário, é a realidade constatada pela medicina, apesar dos insistentes alertas de médicos e autoridades sobre os riscos dos problemas cardíacos. Entre eles está a doença aterosclerótica, que compromete as artérias, causando obstrução ou o bloqueio do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o coração e o cérebro. Como reflexo disso, o Hospital de Base de Rio Preto revelou aumento de 16% no número de exames de cateterismos, no período de janeiro a agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Trata-se de um exame indicado quando há necessidade de avaliar ou confirmar quadros de doença arterial coronária, sendo tão comum quanto a angioplastia para desobstruir e reestabelecer a circulação do músculo cardíaco. Esta última também aumentou no HB – a alta foi de 6% no comparativo os oito primeiros meses de 2022 e 2023. A gordura que entope as artérias pode ter fator genético, mas também ser consequência do estilo de vida do paciente, como dieta rica em gordura saturada e sódio, obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e doenças crônicas, como hipertensão, colesterol alto e diabetes. Se por um lado o aumento dos cateterismos possa ser interpretado como maior conscientização das pessoas em procurar por consultas e exames de rotina, também mostra que as pessoas estão bem distantes dos aludidos hábitos saudáveis. Com rotina cada vez mais assoberbada, é grande o risco de o sujeito vivenciar um efeito dominó, em que o estresse leve à hipertensão arterial e também à obesidade, já que a ansiedade pode aumentar o apetite e a pessoa ganha peso. A rotina estressante, por sua vez, facilita o sedentarismo e o ciclo recomeça.