Grandes encontros

Música caipira não é uma unanimidade, mesmo na “Região da Viola”. Não sou autoridade no assunto. Mesmo depois de tanto tempo morando por estas bandas, não me atrevo a dar palpites. Por isso, tratarei de algo pouco explorado: encontros musicais inesquecíveis. É assunto para mais de um artigo mas citarei apenas os que gosto mais, por ordem de lembrança.

Começo com uma miscelânea de duetos: You are the one that I want — Olivia Newton-John e John Travolta (1978), tema do filme “Grease, nos tempos da brilhantina”. Endless love — Lionel Richie e Diana Ross (1981). Perhaps love — John Denver e Placido Domingo (1981). The girl is mine — Paul McCartney e Michael Jackson (1982). How can I go on — Freddie Mercury e Montserrat Caballé (1988). Unforgettable — Nat King Cole e Natalie Cole (1992). All around the world — Barry White (o Tim Maia dos americanos) e Lisa Stansfield (1992). Time to say goodbye — Andrea Bocelli e Sarah Brigthman (1995) que ele também gravou em italiano como “Con Te Partiro”, hit parade de quase todos os casamentos que vieram depois.

Poderia citar ainda os 2 discos que acredito, foram os últimos de Frank Sinatra: Duets (1993) e Duets II (1994). Só para citar alguns, fazem parte do primeiro: Aretha Franklin (considerada a maior cantora de todos os tempos), Julio Iglesias, Tonny Bennet, Liza Minelli e Charles Aznavour. Do segundo, Tom Jobim, Michael Bublé (infelizmente pouco conhecido no Brasil) e Willie Nelson. Ainda em 1995 saiu o Duets de Eliane Elias, pianista brasileira que fez carreira nos Estados Unidos e Herbie Hancock. Não dá para esquecer o disco que Frank Sinatra gravou com Tom Jobim em 1967. Primoroso!

E para encerrar, o maior de todos os encontros: We are the world. Idealizado por Michael Jackson e Lionel Ritchie, regidos pelo maestro Quincy Jones, colocaram debaixo do mesmo teto mais de 40 dos maiores cantores americanos em 1985. Para citar alguns: Steve Wonder, Ray Charles, Bob Dylan, Willie Nelson, Paul Simon, Tina Turner, Diana Ross, Dione Warwick (essa já veio a Rio Preto), Al Jarreau, Bruce Springsteen, Bette Midler e Cindy Lauper. À época emocionaram o mundo todo. Arrecadaram mais de 50 milhões de dólares e inspiraram iniciativas semelhantes por toda parte, inclusive no Brasil, o encontro Nordeste Já.

Uma curiosidade que poucos sabem é que o percussionista da música é brasileiro, Paulo Roberto da Costa. Faço aqui um aparte sobre “Da Costa”, como é conhecido artisticamente. Levado por Sérgio Mendes para os Estados Unidos, lá vive há mais de 40 anos. Participou do álbum mais vendido de todos os tempos, Thriller, de Michael Jackson. Tocou com Madonna, Celine Dion e Diana Krall e participou de inúmeras trilhas sonoras de filmes.

Tudo o que citei está no YouTube. Grandes encontros e músicas boas são para sempre!

Autor

Toufic Anbar Neto
Médico, cirurgião geral, diretor da Faceres. Membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura. É articulista de O Regional.