Gestor de nariz torcido

A administração municipal trava luta inglória no Judiciário para viabilizar o reajuste dos subsídios do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. Quando assumiram seus cargos em janeiro de 2021, iniciando o novo governo, pareciam ter aceitado com paixão a missão de trabalhar para a população com aqueles ganhos que estavam pré-determinados. Afinal, é de se imaginar que se o rendimento não fosse satisfatório para algum dos profissionais convidados pelo prefeito recém-eleito, bastaria não aceitar tal função. É como em qualquer outra relação trabalhista.

Está certo, é provável que os convites tenham sido feitos à luz do salário anterior, já que os fatos se desenrolaram em dezembro de 2020, nos últimos momentos, com a consequente redução dos valores. Pode até ser que um ou outro tenha entrado na gestão de nariz torcido, pois já havia sido anunciado e teve que ir em frente mesmo assim, pra não ficar tão feio.

Teve até quem tenha conseguido saltar de secretário pra gestor, pra se segurar no patamar mais alto. De qualquer forma, a situação que se tem é essa aí e se o ajuste deve ser feito que seja dentro dos termos da lei, de uma gestão para a outra, que esta ajuste o valor para a próxima, ainda que seja ela mesma.

O esforço e desgaste político em prolongar tal batalha na Justiça parece não valer à pena, sobretudo quando os mesmos gestores não se entregam com tal suor e lágrimas para aumentar os salários de outras categorias – basta lembrar, por exemplo, que os pisos salariais nacionais dos professores e dos agentes comunitários, definidos recentemente, ainda não foram instituídos no município.

Há quem diga inclusive que, no primeiro caso, os educadores da Rede Municipal de Catanduva terão de enfrentar um litígio judicial para fazer valer seus direitos. Triste mesmo é ver que esses parecem olhar de cima para baixo e querer o melhor somente pra si, sem perceberem que a roda gira e, muito em breve, poderão ter de olhar no sentido oposto.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.