Gestões desastrosas
Certamente não é só o Governo do Estado de São Paulo que corre contra o tempo para conseguir os autos de vistoria do Corpo de Bombeiros para regularizar as escolas de sua rede de ensino. Mesmo sem os dados em mãos, é possível afirmar que certamente o caso se repete nos demais setores e também nas outras esferas de poder.
Historicamente, o poder público caminhou com aquele espírito do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, já que cobra e fiscaliza prédios e construções, mas nem sempre mantém os seus próprios dentro das normas de segurança e, mais recentemente, acessibilidade.
Não são raros, por exemplo, os locais que o contribuinte só consegue acessar depois de superar degraus ou escadarias, sem ter à disposição rampas, plataformas ou elevadores.
Mas o problema mais grave está mesmo na questão segurança, sobretudo contra incêndio, já que são poucos os prédios públicos que dispõem de todos os equipamentos necessários. Quando o fazem, resta a dúvida se são os mais modernos, já que a morosidade da máquina pública e a burocracia das licitações, junto à incapacidade de muitos gestores, tendem a dificultar as atualizações necessárias.
Até mesmo a manutenção pode ser colocada em xeque. Daí surgem as cenas de hidrantes que não têm água, extintores vazios ou vencidos e mangueiras furadas ou que seriam ótimas, se a necessidade de uso tivesse surgido há uma década.
De qualquer forma, com todos os poréns colocados, é preciso cobrar das autoridades que os investimentos e obras sejam feitos e que os usuários fiquem devidamente seguros, sobretudo as crianças, que têm as escolas como uma extensão de suas próprias casas.
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