Generosidade e Honestidade

O que estes dois substantivos femininos têm em comum? Quando vistos isoladamente, evidente que nada, entretanto, juntos dão sentido a uma linda história que merece ser contada. Por questões óbvias, não serão revelados os nomes dos protagonistas, até porque preferem o anonimato, próprio de suas respectivas grandezas, mas, o certo é que eles existem, são reais e para orgulho, são da nossa cidade. Tudo começou quando a imprensa local noticiou que o Hospital do Câncer de Catanduva, que estava em fase de implantação, precisava de R$ 900 mil para concluir o pagamento da instalação dos equipamentos consistentes do moderno serviço de radiologia. Poucos dias depois, sensibilizado, um empresário bem sucedido – catanduvense de coração e cidadão honorário – mas, acima de tudo muito generoso, procurou pessoalmente um dos representantes da Fundação Padre Albino, disponibilizando o expressivo valor da sua conta pessoal. A questão é que, esse quase um milhão de reais não pode ser aceito e aí entra o lado da honestidade, mas, a não aceitação momentânea, não foi maior do que o agradecimento. E aí você se pergunta – Como alguém ousa recusar uma doação de quase um milhão de reais? A resposta é que, em nome da honestidade isso é possível. No caso, uma determinada senhora havia liderado uma campanha na cidade e R$ 1 milhão havia sido arrecadado para o pagamento final do equipamento. Assim, a Fundação não poderia de imediato aceitar a generosa contribuição, mas ela seria bem vinda após a inauguração do serviço, desta feita para aquisição de acessórios e suprimentos. O melhor desse episódio é que o valor foi disponibilizado e, posteriormente depositado na conta da Fundação beneficiando dezenas de centenas de pessoas que precisavam do serviço de radioterapia do hospital, principalmente os mais pobres. O inusitado nessa história, além é claro, da elogiável iniciativa de uma única pessoa contribuir com valor tão expressivo é a honestidade do representante da Fundação Padre Albino ao deixar claro não poder aceitar a contribuição, porquanto os recursos necessários já haviam sido obtidos. Bons exemplos – nos dois sentidos – e, apesar do superlativo nominal, o axioma generosidade e honestidade, quando presentes, fazem uma dobradinha perfeita. Como diz o anexim – “A generosidade é uma virtude que floresce em qualquer estação.” Feliz e venturoso ano de 2019, com muitos sonhos, esperança e realizações e, lembre-se – o homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de sonhar (Charles Chaplin). P.S. Este artigo foi escrito em dezembro de 2018 e não foi publicado à época porque o verdadeiro empresário protagonista dessa história, Dr. Antonio Celidônio Ruette (um dos maiores amigos desse colunista), queria se manter absolutamente no anonimato.

Autor

José Carlos Buch
É advogado e articulista de O Regional.