Futuro incerto

Esta coluna, em raríssimas ocasiões, foi utilizada para abordar assuntos do universo da política, não só porque outros editores, colunistas e colaboradores com melhor competência já o fazem, mas também e principalmente porque esse é um tema muito delicado e que sempre divide opiniões. Contudo, não tem como não estar atento ao cenário atual do momento politico vivenciado em nosso país, lembrando que a campanha oficial nem começou.
 
Estamos a cinco meses das eleições e observa-se que, salvo acidente de percurso, já está definido quem serão os dois candidatos que vão se digladiar no palco das telinhas da TV e nas capas de jornais, cada um querendo vender o seu peixe e até mesmo ilusão.
 
As pesquisas –   que muitos entendem não refletir a realidade, mostram diferença significativa entre o candidato que pretende retornar ao poder e o atual que governa o país.
 
Dizem que o povo tem o governo que merece, mas, não menos verdade que também tem memória curta ou quando muito, uma vaga lembrança. Mas, cá entre nós, esse país seria muito mais respeitado e quiçá, muito menos emergente do que é, se tivesse tido a partir de FHC, governantes mais sérios e comprometidos com a nação, menos populistas, menos envolvidos em escândalos de malversação do dinheiro público e menos polêmicos, falastrões e controvertidos.
 
A verdade é que, respeitando os que pensam diferente e, esses são muitos, pra não dizer milhões, nenhum dos dois está à altura do que se espera de um governante sério, sensato, contemporâneo, preparado e comprometido com os rumos da nação e o bem-estar e o melhor para o seu povo.
 
A preocupação maior diante desses dois políticos, de um lado, é o país enveredar para o socialismo que se faz presente em alguns países da américa latina, com resultados catastróficos e nefastos, como Cuba, Venezuela, Argentina e outros vizinhos que parecem caminhar no mesmo sentido.
 
De outro lado, corre o risco de continuar a conflagração entre os três poderes, imperando o negacionismo, a falta de comedimento e o descaso com a preservação da maior reserva ambiental do planeta, cuja devastação caminha a passos largos por falta de medidas efetivas de contenção e fiscalização, para citar alguns exemplos.
 
A campanha mal começou, mas os extremismos já começaram a aflorar. Oxalá a sorte e talvez a mão de Deus possa trazer um novo messias, no sentido literal que, legitimamente eleito, possa conduzir os destinos do país a partir de 2023. E, se isso não ocorrer – que é o cenário mais provável, que vença o menos ruim. A sorte está lançada!

Autor

José Carlos Buch
É advogado e articulista de O Regional.