Fome de quê?’
Retornando ao presencial em todos os setores, o cultural continua a passos lentos porque muitos de nós ainda não nos demos conta do quanto a arte é fundamental nessa retomada e na vida como um todo.
Sair de casa passou a ser um ato libertador, no entanto, há ainda uma timidez e relutância relativa à vivência cultural, pelo menos em algumas cidades, mais notadamente no interior.
Isso vem de uma cultura que diferencia o indivíduo formado na vivência cultural daquele que não teve a oportunidade, por vários motivos, de alimentar a alma faminta por conhecimento artístico.
Saímos de casa para a matar a fome do corpo, para socializar as mesmas necessidades de convívio, porque isso é de extrema importância, porém a alma permanece faminta. Faminta de quê?
O alimento que satisfaz a matéria, o corpo, não preenche o nosso vazio interior. Mas nos enganamos acreditando que isso é o suficiente. Permanecemos com fome de algo mais.
A insatisfação é notória e geral. Não estamos totalmente saciados. Há uma lacuna que incomoda, que fere, que persiste. A cultura preenche esse vazio, fornecendo conteúdo, nutrientes importantes para a saúde integral da mente e do corpo.
Já está comprovado que vivência cultural e que a Arte em nossas vidas fortalece inclusive a saúde física. O prazer provoca bem-estar, nossas endorfinas são potencializadas proporcionando-nos alegria de viver. Por isso, a Arte cura!
Por outro lado, há necessidade do artista e todos os produtores culturais também se preocuparem com o alimento que oferecem ao público em seus menus. As opções são muitas, de todos os estilos e sabores, e isso é muito bom! Há ofertas para todos os gostos.
Entretanto, se refletirmos com clareza e lucidez, continuamos questionando: quais alimentos nos faltam nesse processo de recomeço? O que o público busca? Lembrando o saudoso ator Paulo Gustavo, “o riso é um ato de resistência”, uma verdade indiscutível.
Mas é preciso ressaltar que muitas vezes o alimento também precisa ser temperado com profundidade e poesia para nos reconhecermos e nos reencontrarmos; recomeçarmos diante de tudo isso mais fortalecidos para esses tempos de desafios constantes!
Matar a fome vai muito além de saciar o momento.
Reafirmando os Titãs:
“A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída para qualquer parte”
Você continua com fome? Fome de quê?
EM TEMPO...
Tremendão nos palcos do Sesc Catanduva! Erasmo Carlos canta e revive a Jovem Guarda. No dia 20, sexta-feira, às 20h, Erasmo Carlos apresenta o show 'O Futuro Pertence À Jovem Guarda'.
Autor