Fogo e geada em São Paulo
Urupês continua contabilizando os prejuízos causados pelas queimadas da semana passada, que deixaram rastro de destruição. Segundo levantamento realizado pelo Departamento de Agricultura e pela Defesa Civil do município, 1.400 hectares de plantações e áreas de preservação foram devastados. O prejuízo estimado para os proprietários rurais ultrapassa R$ 10 milhões. A situação não é específica de Urupês. Várias regiões do Estado de São Paulo foram atingidas recentemente pelas queimadas, muitas delas com suspeita de serem criminosas, o que faz com que o Governo de São Paulo mantenha os trabalhos do gabinete de crise e do posto avançado em Ribeirão Preto para monitorar e dar prontas respostas às queimadas. Ao todo, 48 municípios foram colocados em estado de alerta para queimadas, o que inclui Urupês e Bebedouro, entre as mais próximas a Catanduva, de acordo com os dados de monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil. Para contribuir com a retomada das atividades, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo anunciou pacote de apoio aos produtores, que inclui créditos emergenciais de até R$ 50 mil com juro zero. Além disso, serão emitidos termos emergenciais que impedem a aplicação de sanções ou multas pelos órgãos fiscalizadores, considerando o estado de calamidade pública. O mais irônico dessa história é que, enquanto por aqui luta-se contra o fogo, a madrugada de terça-feira, 27, foi a mais fria do ano em algumas cidades das regiões de Sorocaba e Jundiaí, também no interior paulista, até com registro de geada histórica em Várzea Paulista, São Roque e Mairinque, deixando pequenos agricultores dessas regiões desolados. Diante dessa “gangorra térmica”, fica difícil compreender se as dimensões continentais do Brasil e suas características climáticas diversas são as causadoras disso tudo ou se é a ação do homem interferindo diretamente na natureza.
Autor