Flertando com o perigo

Os dois casos recentes de crianças esquecidas dentro de veículos de transporte escolar precisam acender o sinal de alerta de gestores e funcionários da Educação de todas as cidades da região. Se formos pensar, não parece ser tarefa difícil para o motorista ou monitor percorrer banco por banco para confirmar se todas as crianças desceram ou mesmo fazer a contagem de crianças que sobem e descem em seus destinos. O problema é que, no dia a dia, em meio aos problemas que surgem – como a necessidade urgente de ir ao banheiro, no caso do monitor de Novais, e da quebra de um veículo e a substituição repentina do condutor, no episódio de Catiguá, cresce a chance de que fatalidades aconteçam. Os envolvidos nos dois casos flertaram gravemente com o perigo, pois essas crianças poderiam, por acaso, terem ficado por mais tempo esquecidas ou até com os veículos trancados – e todos nós sabemos o desfecho terrível que pode ocorrer nesse tipo de situação. Temos que respirar aliviados que as crianças estão bem de saúde e que podem ser acompanhadas nos eventuais traumas causados pela experiência de abandono. O mais importante é ver que lições podem ser tiradas desses eventos. Afinal, será preciso mudar protocolos? Rever listas e procedimentos? Treinar melhor e periodicamente os colaboradores envolvidos nessas funções? Adotar medidas de dupla checagem? Enfim, há muitas coisas que podem e devem ser feitas a fim de evitar que problemas semelhantes ocorram em outras escolas e outras cidades – ou nessas mesmas que vivenciaram o risco tão de perto. É essencial, ainda, que os (ir)responsáveis que não tomaram os devidos cuidados com os alunos sejam penalizados.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.