Fio de esperança

Em dado momento, lançou-se a ideia de que a retomada das atividades da Usina Catanduva seria favorável a quem tem créditos com a empresa, que está em recuperação judicial. E foi assim que as coisas se deram, no ano retrasado, com muita gente se enchendo de esperança diante da reabertura das portas da companhia situada em Ariranha, apesar de levar o nome de Catanduva. O problema é que, apesar da safra ter de fato ocorrido, os entraves judiciais para que o passivo seja quitado continuam e, atualmente, até mesmo a continuidade da operação parece incerta. Quem olha para tudo isso e sente raiva por não ter recebido o que tem direito tem cada vez mais dificuldade para acreditar que a reabertura foi positiva, já que, em tese, teve quem tenha ganhado dinheiro com isso – e pelo visto não foram os antigos trabalhadores da usina. De todo modo, por mais controverso que isso tudo seja, é sim mais interessante que a indústria consiga se recuperar e manter-se em atividade para que essas pessoas de uma forma ou outra recebam tais pagamentos. O cenário parece bem pior, caso o Grupo Virgolino de Oliveira encerre de vez suas operações. Além disso, ao manter a Usina Catanduva em atividade, há geração de emprego e renda, o que é bastante interessante para a região como um todo, movimentando a economia como um todo. A aposta agora, como mostrou reportagem da edição de domingo, é que o GVO consiga financiamento junto ao banco BTG Pactual para quitar dívidas trabalhistas e recompor o caixa para seguir em frente. Pode parecer difícil de acreditar ou ser convencido, mas esse parece ser o melhor caminho para todo mundo – os credores do grupo, os empregados atuais e a região. Todo mundo tem algo a ganhar com a manutenção das atividades e todo mundo tem muito a perder caso a empresa, tradicional player do setor sucroalcooleiro brasileiro, deixe de existir.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.