Filmes para ver em casa nessas férias de fim de ano

Crônicas de Natal

Os irmãos Kate (Darby Camp) e Teddy (Judah Lewis), ao tentar filmar o Papai Noel pousando o trenó próximo à chaminé, causam um acidente; eles derrubam o Bom Velhinho (Kurt Russell), o veículo se espatifa no chão e as renas fogem. Noel e as duas crianças saem numa louca aventura pelas ruas de Chicago para capturar os animais e assim salvar o Natal.

Aventura natalina fantasiosa e cheio de graça, voltada a crianças e jovens, com um Papai Noel de verdade envolvendo-se em loucas aventuras em Chicago. O destaque do filme é para Kurt Russell com longa barba grisalha, no papel do Bom Velhinho – Russell é ex-ator mirim de séries dos anos 60, depois astro de fitas de ação e casado há muito tempo com a atriz Goldie Hawn – ela aparece no finzinho, como a Mamãe Noel, porém na continuação, de 2020, ela tem mais presença na trama.

É uma historinha agradável e de espírito jovem, uma corrida contra o tempo de dois irmãos pequenos para salvar o Natal – como as renas fugiram, elas precisam localizar os animais para que Papai Noel entregue a tempo os presentes das crianças ao redor do mundo. Eles fogem da polícia, correm de carro pelas ruas vazias, cruzam com bandidos e até entram num portal que com passagem para o Polo Norte.

Bem recebido pelo público e pela crítica nos Estados Unidos, o filme é uma produção da Netflix, disponível na plataforma, e do mesmo diretor de ‘Angry Birds – O filme’ (2016), Clay Kaytis.

Crônicas de Natal (The Christmas chronicles). EUA, 2018, 104 minutos. Aventura/Comédia. Colorido. Dirigido por Clay Kaytis. Distribuição: Netflix

Crônicas de Natal 2

Dois anos depois de se aventurarem com o Papai Noel em Chicago, os irmãos Kate (Darby Camp) e Teddy (Judah Lewis) têm uma nova missão pela frente – barrar um rapaz maquiavélico que, com poderes mágicos, planeja cancelar o Natal no mundo.

Com o sucesso de ‘Crônicas de Natal’ (2018), era inevitável uma continuação. Dois anos depois, a Netflix, produtora original, realizou essa segunda parte, uma continuação com mais fantasia e perigos, inferior ao original, mas que nessa época de fim de ano funciona, pelo clima que o Natal provoca nas pessoas. Retornam o elenco original, os jovens Darby Camp e Judah Lewis, como os irmãos, agora crescidos, e Kurt Russell como o Papai Noel. Os três se reúnem novamente para acabar com os poderes de um rapaz encrenqueiro que quer eliminar o Natal do calendário – ele usa uma luva mágica destruidora e tem como aliados elfos do mal. Goldie Hawn, esposa de Kurt Russell na vida real, ganha mais destaque como a Mamãe Noel, que se dispõe a sair do Polo Norte para ajudar o marido e as crianças, ao lado de seus elfos bonzinhos.

É mais uma aventura com fantasia – ou como os americanos chamam, ‘a family movie’, cheia de peripécias, perseguições de trenós, animais fantásticos e criaturas numa luta do bem contra o mal. Sempre mostrado de maneira lúdica e divertida.

Além do elenco, voltam os mesmos produtores, com a substituição do diretor, que agora é o mestre dos filmes infantis dos anos 90 Chris Columbus, de ‘Esqueceram de mim 1 e 2’ (1990 e 1992), ‘Uma babá quase perfeita’ (1993), e do primeiro filme da franquia Harry Potter, ‘Harry Potter e a pedra filosofal’ (2001).

Crônicas de Natal 2 (The Christmas chronicles – Part two). EUA, 2020, 112 minutos. Aventura/Comédia. Colorido. Dirigido por Chris Columbus. Distribuição: Netflix

Megarrromântico

Natalie (Rebel Wilson), uma jovem arquiteta, não acredita no amor. Dedicada ao trabalho, tenta o reconhecimento na firma. Um dia, é assaltada no metrô, bate a cabeça e desmaia. Quando acorda, se vê presa num filme de comédia romântica interminável.

Produção caprichosa e engenhosa da Netflix, uma super comédia romântica musical com fantasia voltada ao público teen, protagonizada pela australiana Rebel Wilson num de seus melhores trabalhos no cinema. Ela é uma das produtoras executivas do filme, está bem no papel principal, menos debochada e menos over do que em fitas que a revelaram, como a trilogia ‘A escolha perfeita’ (2012, 2015 e 2017), ‘Como ser solteira’ (2017) e ‘As trapaceiras’ (2019). Leve e engraçado, é uma crítica aos filmes românticos e aos casais perfeitos do cinema - abre com uma garotinha gordinha que se encanta com Julia Roberts na TV, no filme ‘Uma linda mulher’, mas é censurada pela mãe, que diz que amor daquele jeito não existe. Ela cresce acreditando que não há amor perfeito, e após um incidente, quando é assaltada e bate a cabeça, fica presa em vários filmes de comédia romântica. Ao longo da história vão sendo recriados, em tom de paródia, cenas de fitas de comédia romântica modernas, como ‘Harry e Sally – Feitos um para o outro’, ‘De repente 30’, ‘A culpa é das estrelas’ e claro, ‘Uma linda mulher’. E ela acaba encontrando um amor nesse trajeto – o namorado no filme é o ator Liam Hemsworth, irmão de Chris, o Thor do cinema.

A trilha tem ‘Oh, pretty woman’, com Roy Orbison, ‘No more I love you's’, de Annie Lennox, ‘The lady in red’, de Chris De Burgh, e ‘Breakout’, de Swing out sister, e várias sequencias musicais, em que Rebel e o elenco canta e dança – numa das cenas, hilárias, ela agita o público num pub com ‘I wanna dance with somebody’.

De acordo com o diretor Todd Strauss-Schulson, ele reviu quase 100 filmes de comédia romântica, anotou cenas clichês e as refez – tem o casal se beijando na chuva, banhos de espuma, reencontros em câmera lenta etc – sempre usando a piada e a metalinguagem para criticar esse tipo de cinema.

O título em português, bem oposto ao original em inglês, é assim mesmo, com três ‘R’, ‘Megarrromântico’. Um filme leve, alto astral, para o fim de ano, disponível na Netflix.

Megarrromântico (Isn't it romantic). EUA, 2019, 89 minutos. Comédia romântica. Colorido. Dirigido por Todd Strauss-Schulson. Distribuição: Netflix

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva