Filmes de Halloween: Bom Menino e Terror em Shelby Oaks

Exceto por Guerreiros do K-Pop, animação coreana vinda da Netflix, os cinemas voltam a ser dominados pelo gênero mais frequente, atualmente, nas telas grandes: o terror. Dois filmes inéditos estão em cartaz: Good Boy, que no Brasil recebeu o título “Bom Menino”, é o primeiro, dirigido pelo estreantes Ben Leonberg. Não se deixe enganar pelo cãozinho protagonista, não é um filme de pet... Na história, Todd (Shane Jensen) e seu cão Indy se mudam para uma casa de campo que anteriormente pertencia ao avô da família. No novo lar, aparentemente isolado, começam a ocorrer fenômenos sobrenaturais: Indy passa a perceber presenças que Todd não vê. Áreas escondidas da casa, sombras inquietantes, espíritos ou entidades invisíveis começam a ameaçar Todd.

A narrativa é original, para um filme de terror, porque é “contada” sob o ponto de vista do cachorro Indy, ou seja, o espectador compartilha de certa forma a visão do animal, que sente o perigo. Quando as entidades ameaçam de fato Todd, cabe ao cãozinho lutar, sacrificando-se ou expondo seu instinto de proteção. O elenco também conta com Arielle Friedman e Larry Fessenden, que aparece como “o avô” ou figura associada à casa da fazenda da família. Uma curiosidade promocional: o estúdio fez uma “campanha” divertida para que o cão Indy fosse indicado ao Oscar de Melhor Ator, brincadeira de marketing para chamar atenção para o filme.

Terror em Shelby Oaks, dirigido pelo também novato Chris Stuckmann, youtuber crítico de cinema, gira em torno de Mia (Camille Sullivan), que há muitos anos vive com o trauma do desaparecimento da irmã Riley, que fazia parte de um time de investigação sobrenatural, “The Paranormal Paranoids”. Um dia, Mia recebe uma fita misteriosa que sugere que Riley ainda pode estar viva. Isso a leva de volta à localidade solitária chamada Shelby Oaks, e a uma escalada de eventos estranhos: câmeras, fenômenos, luzes, vozes e aparições — que a colocam frente a frente com um mal que ultrapassa o racional. O filme se apoia em técnicas de “found footage” (tipo “vídeo encontrado”) e foi financiado via financiamento coletivo.

Terror em Shelby Oaks tem muita referência a outras produções independentes de terror, principalmente A Bruxa de Blair (1999). Ele combina dois polos: de um lado, o terror “documentário”, marcado por câmeras trêmulas, registro amador, sensação de estar “dentro” da investigação; e do outro, o drama pessoal da protagonista Mia, e a construção de mistério em torno de Riley e de Shelby Oaks como lugar assombrado.

Ambos os filmes entraram em cartaz dia 30 de outubro no Brasil, para pegar o clima de Halloween.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.