Falta de enxada
Natalie Cole foi uma grande cantora norte americana. Era filha de uma lenda, o cantor e pianista Nat King Cole. Este, morreu em 1965, quando ela tinha 15 anos. Em 1991, ela emocionou o mundo inteiro. Gravou um dueto com o pai, usando imagens antigas dele e recursos de mixagem em estúdio. A música escolhida foi o maior sucesso de ambos, “Unforgettable” (1951). Este dueto vendeu 14 milhões de discos e rendeu a ela sete prêmios Grammy, uma espécie de Oscar da música.
A tecnologia de fazer shows com hologramas começou em 2012. A banda de rock Queen, faz shows com o holograma de Freddie Mercury, morto em 1991. Frank Zappa foi um guitarrista americano que fez sucesso nas décadas de 1960 e 1970. Morreu em 1993. Seu filho reuniu a antiga banda do pai e tem feito shows com hologramas. Existem planos da família da cantora Whitney Houston, falecida em 2012, de fazer o mesmo. As estimativas são de lotação máxima. Existem planos também para Tina Turner (falecida este ano) e Michael Jackson (falecido em 2009).
O ator Paul Walker era personagem central dos filmes “Velozes e Furiosos”. Morreu num acidente automobilístico durante as gravações do sétimo filme da franquia, em 2013. Usaram cenas antigas e os irmãos do ator para terminar o filme. Em 2016, a atriz Carrie Fisher (princesa Léia) da franquia Star Wars, morreu um ano antes da conclusão do último episódio da saga, “O último Jedi” (2017). Os estúdios Disney não tiveram dúvida e usaram cenas dela gravadas e não utilizadas do filme anterior “O despertar da força” (2015) para finalizar o último da série já que não dava para terminar a história sem ela.
Comerciais de TV estrelados por gente já falecida são incontáveis. Citarei apenas os mais famosos. Já fizeram anúncios com o comediante Roberto Bolãnos (Chaves), a atriz Audrey Hepburn, John Lennon, Elvis Presley, o comediante Mussum, Muhammad Ali, Ayrton Senna, Marilyn Monroe, Bruce Lee e Kurt Cobain (Nirvana).
Meu pai era padeiro lá em Andradina. Lembro-me do investimento suado que ele fez quando trocou a charrete com caçamba pela Kombi para entregar pães. Eu, vez ou outra, pegava carona com ele para ir à escola. A Kombi para nós representava trabalho e progresso.
A Volksvagen comemorou seus 70 anos com um comercial reunindo a cantora Maria Rita e sua mãe, Elis Regina, falecida em 1982. Teve uma gritaria danada nas redes insociáveis. Eu fiquei emocionado. Pela Elis, pela música “Como nossos pais” (1976) do Belchior, cujo rosto está estampado na camiseta de um dos atores do comercial, e principalmente pela Kombi, que me trouxe doces lembranças da infância. O Conar, órgão que regulamenta as propagandas no Brasil, abriu processo ético contra a montadora. Pessoas desinformadas dando opinião são um perigo. Falta do que fazer é pior ainda. Povo chato!
Autor