Faces de uma mesma briga

O assunto do dia são terrenos. Em dois aspectos bem distintos. No primeiro caso, são áreas públicas que a Prefeitura de Catanduva pretende vender a preços que, segundo denunciam alguns vereadores, estariam bem abaixo do valor de mercado. O jornal O Regional mostrou essa situação ainda no ano passado, tão logo o projeto de lei do prefeito Padre Osvaldo que pede autorização para a comercialização dos lotes foi apresentado à Câmara, a partir de comparação feita dos mesmos lotes com projeto enviado ao Legislativo dois anos antes. Ou seja, o tempo passou, o mundo mudou, o custo de vida aumentou, mas os terrenos da prefeitura ficaram mais baratos. No segundo caso, o foco são os terrenos prometidos a cerca de 2 mil famílias pela Associação Bom Pastor, há 5 anos, em projeto encabeçado à época pelo atual prefeito. Esse tema causou conflito entre os vereadores na sessão ordinária desta semana, depois que Mauricio Gouvea solicitou que fosse instaurada uma CEI – Comissão Especial de Inquérito para apurar a questão. Primeiro todos os vereadores queriam participar da investigação, mas pouco depois eles começaram a declinar, um a um, da missão honrosa. Algo mudou em curto espaço de tempo, que não sabemos expor aqui. A novela envolvendo o loteamento ligado à associação é longa e está judicializada, mas o possível reforço dos vereadores nessa empreitada, ainda que tardio, parece favorável se olharmos pelo prisma de quem depositou dinheiro no projeto e até hoje não tem seu lote para construir a casa própria. Qualquer auxílio, a essa altura do jogo, seria bem-vinda. Desde, é claro, que a ajuda seja verdadeira e bem intencionada, caso contrário só contribuirá para o jogo de empurra e as trocas de acusações em que as famílias interessadas continuarão atônitas e aflitas em meio a tudo isso, sem ter a quem recorrer de fato.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.