Evolução em 2023
Dizem que o otimista é basicamente um sujeito mal informado. Não é bem assim. Embora o Brasil seja um país extremamente hostil a quem deseja empreender, um lugar onde os governos muito mais atrapalham do que ajudam, dá para enxergar algo de bom no que acontece.
Na área da medicina, surgiu o primeiro medicamento comprovadamente eficaz para “abrandar” a doença de Alzheimer. Não há cura ainda. Mas já é um começo. Também tem uma nova vacina contra a malária, desenvolvida em Oxford (Inglaterra), recomendada pela OMS. Foi comprovada a eficácia de uma terapia genética para a anemia falciforme, doença que acomete majoritariamente pretos e pardos, maioria da população brasileira.
No meio ambiente, surgiram de forma consistente, as primeiras iniciativas para extinção do uso de combustível fóssil (gasolina, querosene e diesel), um dos principais fatores de piora do efeito “estufa” e aquecimento global. Na França, a meta é extinguir os carros que usam estes combustíveis até 2040.
Em ciência e tecnologia, a inteligência artificial se incorporou definitivamente ao cotidiano das pessoas. Antes exclusiva das grandes corporações de tecnologia, agora está ao alcance dos “comuns”, seja pelo seu programa mais famoso, o ChatGPT ou pelos milhares de programas que surgiram em inúmeras áreas. Tudo isso numa velocidade surpreendente. Ainda tivemos a construção do primeiro circuito de computador quântico e recordes na velocidade de supercomputadores. Foi desenvolvido o primeiro antibiótico criado por inteligência artificial, capaz de derrotar uma superbactéria mortal e suas 41 cepas. A inteligência artificial já consegue fazer vários tipos de diagnóstico com precisão.
Na educação, as inovações chegaram às salas de aula. Hoje as ferramentas disponíveis para as escolas permitem avaliar melhor a evolução dos estudantes e sanar suas deficiências. Os recursos tecnológicos permitem uma autonomia cada vez maior dos alunos, elevando o nível de aprendizado e valorizando o professor enquanto mediador do progresso. As startups da educação cresceram bastante e atualmente trazem soluções para problemas crônicos da educação.
Em relação aos direitos individuais, evoluímos no combate ao racismo (Lei 14.532) equiparando a injuria racial a crime inafiançável e imprescritível. A presença das mulheres em cargos de direção das instituições públicas e privadas aumentou em 17%.
Tem muito a evoluir? Tem! Mas todo avanço deve ser comemorado. Não dá mais para as pessoas e instituições estacionarem no atraso e no autoelogio de enganação e se iludir imaginando que conseguirão brecar a evolução. Valorizar as mudanças boas é um motor para seguir em frente, enfrentando as dificuldades das mudanças ruins. Aproveito o ensejo e desejo aos caríssimos e pacientes leitores, um feliz ano novo.
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