Eu, Anna

Detetive Bernie Reid (Gabriel Byrne) atende a uma chamada durante o plantão e segue até um apartamento, onde encontra um homem morto. Suspeita de que quem matou o indivíduo foi uma mulher que conhecera numa festa, Anna Welles (Charlotte Rampling). Ao se aproximar dela para interrogá-la, interessa-se pela mulher, e ambos iniciam um rápido relacionamento. As investigações levam a crer que Anna matou aquele homem no apartamento, porém Bernie tenta não acreditar nas pistas que chegam a ele, já que está envolvido com a mulher.

Filme de suspense com reviravoltas que marcou a estreia na direção do britânico Barnaby Southcombe, filho da atriz principal aqui, a veterana e premiada Charlotte Rampling, um dos nomes mais importantes do cinema ema atividade. Até então Southcombe havia dirigido episódios de séries na Inglaterra, depois escreveu o roteiro desse filme, baseado no livro de Elsa Lewin. Há toda uma trama engenhosa, com presente e passado se misturando, onde um crime precisa ser resolvido. Um homem é encontrado morto num apartamento, o assassinato é investigado por um detetive veterano (participação discreta de Gabriel Byrne, de “Os suspeitos” e “Fim dos dias”) e um colega da polícia, o bom Eddie Marsan (de “Uma vida comum” e “Atômica”), até que surge uma mulher solitária que vive perambulando por aí que desperta a atenção do detetive (Rampling, indicada ao Oscar por “45 anos”, atriz de filmes como “O porteiro da noite” e “Melancolia”, e aqui muito bem fotografada, sempre em planos fechados, com closes e primeiro plano que realçam sua beleza, na época com 66 anos). Os dois se apaixonam, o detetive vive cercado de incertezas, e o romance pode atrapalhar as investigações, já que ela é suspeita do crime. Enquanto o filme transcorre, imagens embaçadas do assassinato pairam na cabeça da personagem, em que ela parece dopada no apartamento do homem que foi morto. O que ocorreu naquele dia? Aos poucos as peças se encaixam.

É um thriller com certo estilo, boa fotografia com muitos lances de claridade (de Ben Smithard, de “Sete dias com Marilyn”) e embalado por uma trilha sonora com blues. Poderia ter mais momentos de suspense e um final mais “tchan”, exigido pela trama, mas nada que comprometa as qualidades dessa fita de arte. Há ainda participações rápidas das atrizes Honor Blackman (de “007 contra Goldfinger” e “Jasão e o velo de ouro”), Jodhi May (de “O último dos moicanos”) e Hayley Atwell (de “A duquesa” e “Capitão América: O primeiro vingador”).

Eu, Anna (I, Anna). Reino Unido/França/Alemanha, 2012, 87 minutos. Suspense/Drama. Colorido. Dirigido por Barnaby Southcombe. Distribuição: Imovision

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva