Estratégia audaciosa, uma nova regionalização da saúde

A busca por soluções para a otimização do sistema de saúde é uma constante em diversas regiões do Brasil. Não é de hoje que acompanhamos o sofrimento e angustia daqueles que gerem e dos que utilizam o sistema público de saúde. As discussões da “Tabela SUS” se arrastam por décadas. No entanto, é notório que muitos leitos hospitalares permanecem ociosos, pela falta de recursos e apoio dos órgãos públicos, enquanto a demanda por atendimento cresce.

Nesse contexto, o Estado tem buscado alternativas para aproveitar esses leitos vazios, visando desafogar hospitais e garantir um atendimento mais eficiente à população do estado, em especial da nossa região.

De acordo com a matéria publicada no jornal O Regional, o Estado tem realizado um trabalho de identificação e mapeamento dos leitos ociosos na região de Rio Preto. Essa iniciativa tem como objetivo principal utilizar esses leitos de forma estratégica, direcionando pacientes para hospitais que possuam capacidade de atendimento disponível. Dessa forma, é possível evitar a superlotação de determinadas unidades de saúde, garantindo um atendimento mais ágil e eficaz.

Um dos principais argumentos para a utilização dos leitos ociosos é a redução do tempo de espera por atendimento. Muitas vezes, pacientes que necessitam de internação acabam aguardando por longos períodos em prontos-socorros, devido à falta de leitos disponíveis. Ao identificar e utilizar os leitos ociosos, é possível diminuir essa espera, proporcionando um atendimento mais rápido e adequado às necessidades de cada paciente.

Além disso, a utilização dos leitos ociosos também contribui para a redução dos custos do sistema de saúde. Ao invés de construir novos hospitais ou ampliar a capacidade de unidades já existentes, o Estado pode aproveitar os leitos vazios, evitando gastos desnecessários. Essa economia pode ser direcionada para outras áreas da saúde, como a contratação de profissionais e a aquisição de equipamentos, melhorando ainda mais a qualidade do atendimento prestado.

Um exemplo prático dessa estratégia é o Hospital de Base de Rio Preto, que tem recebido pacientes de outras unidades da região, o que não difere dos hospitais da nossa cidade, que também acabam absorvendo pacientes de mais de 17 cidades. Com a utilização dos leitos ociosos, o hospital consegue atender uma demanda maior, sem comprometer a qualidade do serviço prestado. Essa medida tem se mostrado eficaz, uma vez que o tempo de espera por atendimento tem diminuído significativamente, beneficiando a população local.

Em conclusão, a utilização dos leitos ociosos é uma estratégia audaciosa, inteligente e eficiente para desafogar hospitais e garantir um atendimento de qualidade à população. Ao identificar e mapear esses leitos, o Estado consegue direcionar pacientes para unidades com capacidade disponível, reduzindo o tempo de espera por atendimento e otimizando o sistema de saúde como um todo. Além disso, essa medida também contribui para a redução dos custos, permitindo que recursos sejam direcionados para outras áreas da saúde.

É fundamental que essa iniciativa seja ampliada e replicada, visando sempre a melhoria do atendimento e a satisfação dos pacientes que sofrem nas filas.

Autor

Julinho Ramos
Ex-vereador de Catanduva e especialista em Gestão e Controle de Processos na Administração Pública