Estão de volta as Tartarugas Ninjas, na animação Caos Mutante

“Cowabunga, Santas Tartarugas!” As inacreditáveis Tartarugas Ninjas Mutantes Adolescentes, seu nome original e completo dos quadrinhos criados por Kevin Eastman e Peter Laird em 1984, estão de volta aos cinemas. Tartarugas Ninjas: Caos Mutante entrou em exibição no CineX de Catanduva.

As Tartarugas Ninjas tiveram uma trilogia de filmes live-action destinados a um público um pouco mais velho, lançados em 1990, 1991 e 1993. Além disso, elas também tiveram animações no cinema, como O Despertar das Tartarugas Ninja: O Filme lançado em 2022. Sem contar inúmeras séries animadas na TV.

As adaptações das Tartarugas Ninja no cinema nunca foram muito bem sucedidas. Mas parece que o enorme sucesso do Homem-Aranha no Aranhaverso indicou o caminho para animações com traços 2D mais sofisticados e com referências mais artísticas. Isso sem falar no igualmente bem sucedido Super Mario Bros: O Filme e até mesmo o longa da boneca Barbie, que ganhou conteúdo crítico apesar da origem lúdica.

As Tartarugas Ninja: Caos Mutante apela para a nostalgia e com muita qualidade. O roteiro de Seth Rogen, Evan Goldberg, e do diretor Jeff Rowe, tanto é feito para os fãs que cresceram lendo ou assistindo as Tartarugas Ninjas, como também as novas gerações que não estão habituados com os desenhos e quadrinhos. 

O fato é a nova animação com Donatello, Michelangelo, Leonardo e Raphael, com seus nomes de pintores renascentistas, alegria e adoração por pizzas, conta brevemente sua origem, mas parte logo para a aventura, enfrentando um exército de mutantes, o que eles próprios são.

Com um visual sofisticado, que muda do tom de lápis de cor e giz de cera ao desenho tradicional 2D, dialoga assim com o Aranhaverso, Nesse filme, retorna também a repórter April O’Neil, só que em versão adolescente e negra. A jovem jornalista humana conhece o segredo das Tartarugas Ninjas e os ajuda em suas missões, no caso, a ameaça mutante.

Enquanto isso, Mestre Splinter, o rato mutante e guia das Tartarugas, que as adotou e treinou, as mantém isoladas nos bueiros, onde vivem, escondidas da incompreensão humana. Mas as Tartarugas Ninjas adoram o mudo dos humanos (principalmente as lutas e as pizzas) e, às vezes, sem que o mestre saiba, saem dos esgotos e imaginam uma vida que não tem lá. April é seu ponto de contato com a humanidade.

O roteiro de Rogen é competente em diálogos e narrativa, sem esquecer as cenas de ação. As Tartarugas Ninja: Caos Mutante mostra a evolução da animação tradicional, sem a computação gráfica 3D da Pixar que parece ter esgotado a fórmula nas últimas animações.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.