Sabe aquela história de que o morador pleiteia a construção de uma lombada, mas desde que não seja em frente à sua casa? Precisa fazer, mas tem que ser em frente ao imóvel do vizinho. Com a Área Azul, há algo semelhante. Todo mundo quer vaga de estacionamento livre no centro para parar com tranquilidade ao ir para o comércio, mas não quer pagar, nem ser multado por não ter ativado seu ticket ou comprado o cartão. Sem cobrança ou fiscalização, está mais do que provado que não funciona. Desde o início do atual governo a cidade deixou de fiscalizar e multa por falta do cartão de Área Azul e o resultado pode ser visto todo dia: as vagas praticamente amanhecem ocupadas por carros de comerciantes, comerciários, moradores e outros quaisquer. Quando as lojas abrem, na faixa das 9h, praticamente não há chance de o cliente estacionar, a não ser com sorte ou paciência de rodar em busca de uma oportunidade. A retomada da Área Azul deve melhorar isso, ainda que de alguma forma “penalize” o trabalhador do comércio que terá de estacionar fora da abrangência da área azul ou custear um estacionamento privado – que no valor mensal ficará inferior ao custo da Área Azul. Em paralelo, a Prefeitura de Catanduva precisa rapidamente melhorar o transporte público coletivo e concretizar a promessa de campanha de oferecer gratuidade para trabalhadores – o que poderá incentivar esse público a deixar o carro em casa e utilizar os ônibus circulares para ir e vir, de forma gratuita, e sem dor de cabeça com seu veículo. Se essas duas medidas foram conjuntas, a remodelação da Área Azul e o fortalecimento do transporte coletivo, a chance de a mobilidade urbana ter ganhos visíveis na cidade é muito grande. O comércio também tende a ser beneficiado ao ter acesso facilitado para seus clientes, que terão mais vagas disponíveis e pagamento por meios digitais, sem ter de correr atrás de cartões físicos. Haverá reclamações? Sim, aos montes. Mas como está não dá para ficar.