Escolhas duvidosas

A administração pública deveria ser vista como uma daquelas corridas em que os velocistas precisam passar o bastão para o colega e, assim, um atleta por vez, vai percorrendo a longa distância entre a largada e a linha de chegada. Dessa forma, os bons projetos de um prefeito seriam sempre preservados e aprimorados pelo gestor seguinte, que por sua vez buscaria soluções para outros problemas da cidade e, estas, após seu mandato, seriam igualmente preservadas e aprimoradas. As questões, das emergenciais às menos relevantes, seriam sanadas uma a uma. É possível fazer isso, aliás, dentro de um mesmo mandato, realizando melhorias por etapas, conforme a disponibilidade financeira. A situação exposta nesta edição, dos aparelhos de ar condicionado que ficaram o ano todo desligados por falta de capacidade da rede elétrica (ou até mesmo de profissionais para passar as fiações necessárias), poderia ser encaixar nesse critério. Em um ano, o prefeito comprou os equipamentos e, no outro, pretende fazer as reformas necessárias. O problema nesta história é que, ao que parece, os investimentos foram executados na ordem inversa, o que provoca alguns dilemas. Se o ar-condicionado apresentar problema ao ser ligado no ano que vem, por exemplo, a prefeitura já não terá mais direito à garantia, pois o tempo terá expirado. Além disso, a própria falta de uso poderá ser prejudicial para o equipamento. E, por fim, não deve ser nada fácil para alunos e professores que estão nas salas de aula calorentas saberem que há um ar condicionado logo ali na parede, mas que não funciona. Quando não havia ar, era uma coisa, mas quando há um ar que não refresca, a indignação aumenta, assim como as dúvidas sobre as escolhas feitas pela gestão pública.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.