Escolas, presídios e o futuro

A escolha entre abrir escolas e presídios é um reflexo dos valores que priorizamos como sociedade. Investir em educação é semear um futuro em que o conhecimento e a oportunidade possam florescer, reduzindo a necessidade de encarceramento. Escolas são centros de desenvolvimento, onde jovens aprendem, crescem e se tornam cidadãos produtivos. Sem o investimento necessário em estrutura, nos educadores e na qualidade do ensino, não será possível avançar nesse quesito, contribuindo de forma direta com o avanço da criminalidade. Na região, os anúncios recentes da construção de novas escolas públicas em Catanduva, por meio do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), e em Paraíso, a partir de recursos do Governo do Estado, mostra que a escolha por escolas tem prevalecido. Felizmente. No entanto, também precisamos lembrar que a demografia está mudando. O envelhecimento da população é uma realidade que exige planejamento. Se hoje priorizamos escolas, a demanda por asilos e centros de cuidados para idosos já tem aumentado – e sentido sobretudo pelas entidades do terceiro setor. Isso não significa que a educação se tornará menos importante nas próximas décadas, mas sim que precisaremos equilibrar nossos investimentos. A reflexão central talvez seja sobre a necessidade de uma visão de longo prazo. Como podemos criar uma sociedade que cuide de todas as fases da vida, desde a infância até a velhice? A resposta pode estar em políticas públicas integradas, que promovam a educação continuada, a qualificação para o trabalho e o envelhecimento saudável. Um futuro com menos presídios e mais qualidade de vida para crianças, jovens, adultos e idosos só será possível com planejamento, governantes proativos e uma sociedade mais justa e atenta às necessidades de todos os seus integrantes.
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