Já abordamos este tema, polêmico, em outras oportunidades. E temos acompanhado também as etapas do processo de implantação de escolas cívico-militares no Estado de São Paulo, bem como os impasses jurídicos que esse caso envolve. A implantação desse modelo de ensino no Brasil tem gerado intenso debate, polarizando opiniões e expondo visões de mundo distintas sobre o papel da educação e a formação dos jovens. De um lado, defensores argumentam que esse modelo promove a disciplina, o respeito aos valores cívicos e o aumento do desempenho escolar. Do outro, críticos alertam para os riscos de militarização do ambiente escolar, a restrição da liberdade de expressão e a exclusão de alunos com dificuldades de adaptação. Os defensores das escolas cívico-militares acreditam que a disciplina e a hierarquia presentes nesse modelo contribuem para a formação de cidadãos mais responsáveis. Argumentam que a presença de militares nas escolas promove o respeito aos símbolos nacionais, o cumprimento das regras e o desenvolvimento de valores como a honestidade, a lealdade e o patriotismo. Além disso, defendem que o acompanhamento pedagógico individualizado e o reforço escolar oferecidos elevam o desempenho dos alunos, preparando-os para o futuro. Por outro lado, os críticos questionam a adequação desse modelo ao ambiente escolar, apontando possível restrição à liberdade de expressão dos alunos e ao desenvolvimento do pensamento crítico, dificultando também a inclusão de estudantes com diferentes perfis e necessidades. Alertam para o risco de que a disciplina excessiva e a rigidez das regras gerem ambiente opressor, que não estimula a criatividade e a autonomia. O governo, por sua vez, frisa que a comunidade aprovou a proposta de forma maciça e que a criação de unidades com esse modelo daria oportunidade a quem o aprova, já que os sistemas coexistiriam. O debate é complexo e multifacetado, envolvendo questões pedagógicas, políticas e sociais, e ainda deve se arrastar por novos capítulos.