Escola ou quartel?
A implementação das escolas cívico-militares no Brasil tem gerado debate intenso. Alguns argumentam que essas escolas apresentam bom desempenho em avaliações e disciplina, com a presença de militares contribuindo para uma gestão mais segura. Dados do Ministério da Educação indicam menores taxas de reprovação e maior número de alunos na idade certa. Por outro lado, críticos apontam que a militarização pode levar à exclusão e violência. A imposição de regras rígidas também poderia prejudicar a diversidade e a expressão individual. Ou seja, enquanto as escolas cívico-militares são vistas como solução para problemas de disciplina e desempenho, há forte argumento de que esse modelo pode não ser ideal para todos. Pessoas periféricas, negras, LGBTQ+, neurodivergentes e demais grupos vulnerabilizados tendem a não ser acolhidos no ambiente escolar, causando uma substituição do público atendido naquela unidade, possivelmente atraindo alunos com melhores condições sociais e econômicas. Na prática, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, o Pecim, lançado por Jair Bolsonaro, foi revogado pelo atual presidente Lula, mas ganhou força no estado de São Paulo pelas mãos do governador Tarcísio de Freitas. A iniciativa ficou na mira do STF após representações do PSOL e do PT, mas as etapas de implantação seguem em andamento, com previsão de pelo menos 100 escolas ainda para este ano. Esses colégios ainda seguirão o Currículo Paulista, definido pela Secretaria da Educação, que também será responsável pelo processo de seleção dos monitores. Os militares seriam responsáveis por todos os aspectos não-letivos da escola – organização, código de conduta, regras de comportamento, segurança e atividades extra-classe. Na região, seis escolas, cinco em Catanduva e uma em Novo Horizonte, estudam a adesão ao modelo.
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