Equação difícil de resolver

A dificuldade de empresários em contratar e reter talentos, especialmente entre os jovens, reflete complexa dinâmica do mercado de trabalho contemporâneo, em que a qualificação técnica é apenas uma parte da equação. O sucesso para a contratação de temporários, conforme apontam empresários e consultores da Associação Comercial e Empresarial de Catanduva (ACE), depende do tripé agilidade, formação e alinhamento cultural. O primeiro desafio é a escassez de mão de obra qualificada para o comércio e serviços. Muitos jovens ingressam no mercado sem as competências técnicas exigidas ou sem a "formação cultural" que as empresas buscam. O empresário não busca apenas um executor de tarefas, mas alguém que incorpore a cultura da empresa — o que exige investimento em treinamento. Quando a formação é necessária, o tempo de retorno sobre esse investimento se torna um fator de risco para a retenção. Ao mesmo tempo, a baixa retenção de jovens talentos é um fenômeno global, mas com nuances locais. Os motivos que levam os jovens a trocar de emprego com frequência são multifacetados. As novas gerações tendem a valorizar mais o propósito do trabalho do que a mera estabilidade. Se a empresa não demonstra um impacto social ou alinhamento com seus valores, o jovem busca um lugar onde sinta que sua contribuição é mais significativa. Também há o desejo por crescimento rápido e modelos de trabalho mais flexíveis e, se a cultura da empresa for percebida como estagnada, hierárquica demais ou pouco inclusiva, a conexão mencionada pelos empresários falha. Para o jovem, a falta de um ambiente de aprendizado constante é um motivo imediato para buscar a porta de saída. Para retê-los, os empregadores de Catanduva precisam ir além do salário, focando em mentoria, desenvolvimento contínuo e na criação de um ambiente onde o jovem se sinta valorizado como agente de mudança, e não apenas como um recurso temporário.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.