Ensino atual e real
A reportagem especial sobre o Novo Ensino Médio e o Novo Enem, veiculada no domingo, mostra que a educação entrou em novo estágio, mais voltado à prática e à realidade. Quantas e quantas vezes ouvimos ao longo da trajetória escolar perguntas como “onde vou usar isso?”, “pra quê serve isso?” ou “o que isso vai me ajudar na vida?” e, posteriormente, comentários irônicos de que essa ou aquela lição realmente de nada serviu, foi apenas um sufoco momentâneo para tirar as notas necessárias e, depois, nunca mais.
Nas aulas de Língua Portuguesa, apenas para dar um exemplo, ao adentrar na sintaxe, área da gramática que estuda a função e a relação entre as palavras e as orações, costuma ser gasto longo tempo para se aprender o que são orações coordenadas e subordinadas. E, depos, na vida profissional, quantas vezes isso é utilizado? Provavelmente nunca.
Esse tipo de situação faz com que o aluno questione a finalidade de certos tópicos e se desinteresse por aprendê-los, ao passo que, caso tenha visão de que aquele conteúdo das aulas de matemática será essencial para que ele saiba cuidar do fluxo de caixa do seu negócio, talvez ele veja mais sentido na dedicação que dará.
Não há dúvidas de que o respeito àquele professor aumentará, sem contar que ao estudar área escolhida por ele mesmo, conforme sua predileção, terá interesse redobrado, mais vontade de aprender.
Claro que tudo isso é teoria e a prática começa a ser concretizada este ano, com os primeiros vestibulares refletindo esse novo modelo somente nos próximos anos, o que exigirá tempo para constatar e avaliar os resultados.
Talvez, no todo, poderemos colocar estudantes mais preparados no Ensino Superior ou Técnico e, consequentemente, profissionais mais capacitados no mercado de trabalho. Além de, é claro, de formar cidadãos melhores.
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