Estreamos hoje esse espaço com a viva vontade de fazer acender luz para os nossos dias, inspirando-nos no pintor holandês Vincent Van Gogh, artista tão importante na essência do nosso trabalho. Não é à toa que escolhemos o nome Cia da Casa Amarela para nossa companhia teatral.

O pintor alimentava o sonho de uma casa amarela como um espaço vibrante de cores, ideias e ideais para que os artistas pudessem se reunir em torno da arte e dos sonhos, trocando experiências e vivências. Infelizmente, Van Gogh não atingiu seu objetivo, porém, lançou a semente e estamos, a nosso modo, na luta de cada dia há 27 anos procurando inspirar crianças, jovens e adultos com a chama de uma arte transformadora, sensível e poética, para despertar o melhor de cada um.  

A expressão mais utilizada nesses últimos dois anos foi “a Arte cura!” e refletimos justamente em sua veracidade, mesmo porque a sociedade nunca se revelou tão carente de arte e tudo o que ela possibilita e representa, contudo, é preciso reconhecer quais são as enfermidades para que se entenda o seu poder curativo.

Basta olhar ao redor: violência gratuita, intolerância, racismo, homofobia, machismo, radicalismo, fanatismo, entre tantas outras explosões de descontentamento humano. O que poucos enxergam é que essa insatisfação começa de dentro para fora e não o contrário. Por isso nem todos entendem o poder curativo da arte e da cultura. Imaginam que o mundo deve mudar sem se darem conta que o processo começa com autoconhecimento e sensibilização interior.     

A Arte possibilita um entendimento sobre si mesmo, sobre o mundo ao redor, seja através das dolorosas experiências, da memória viva das conquistas e lutas que se renovam dia a dia, alimentando a esperança no homem e, em consequência disso tudo, focar no reequilíbrio, ou na tentativa de continuar sobrevivendo, física e emocionalmente. 

Mesmo que imperceptível a muitas pessoas, ou ainda, que outros neguem a sua realidade, seja por preconceito ou ideologias diversas, a Arte é fundamental para a vida. A luta de conscientização e sensibilização humana é milenar, e novamente citando Van Gogh, “pode-se ter uma lareira acesa na alma e, ainda assim, ninguém vem sentar-se perto dela. Os transeuntes veem apenas um fio de fumaça saindo da chaminé e continuam seu caminho”. A vida segue vazia, não porque nada a preencha e sim porque é preciso despertar para encontrar um sentido maior de reflexão e vivência. 

Contudo, o artista sempre vai persistir, insistir, tocar, transformar porque esse é seu papel, sua vocação, seu trabalho, sua luta, sua sina. 

E assim seguimos... 

90 ANOS DO COLEGIÃO 

O Colégio da Ressurreição Nossa Senhora do Calvário, o Colegião, está completando 90 anos de história e as comemorações começam na próxima segunda-feira, dia 2 de maio, quando todos alunos do Infantil ao Ensino Médio, poderão conferir a mais recente montagem teatral da Cia da Casa Amarela, No sopro do vento o lenço voa em tardes violetas de flores amarelas, sobre Anita Malfatti, uma das mais importantes modernistas brasileiras, em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Estamos oferecendo o espetáculo para comemorar a data e uma parceria de mais de uma década que muito nos honra. 

EM TEMPO 

Hoje, no Teatro Municipal Aniz Pachá, o Sesc Catanduva oferece o espetáculo Leonardo da Vinci - A Obra Oculta, monólogo com o grande ator Cacá Carvalho.