Trabalhar é primordial na vida de cada ser humano. Não apenas pelo aspecto financeiro, que representa autonomia, mas sobretudo por permitir que a vida possa ser digna. Além disso, pode proporcionar satisfação pessoal e profissional e favorecer a interação social. Quando o trabalho é decente, seguro e recompensador, há inclusive benefícios para a saúde mental do indivíduo. No outro lado da moeda, quem procura por trabalho incessantamente sem sucesso, tendo se capacitado para tal e faltando aquela oportunidade pretendida, tem a frustração como fiel companhia. Daria para pensar nos antônimos e situações opostas de todos os itens listados anteriormente, o que vai se agravando mês a mês, a medida que o sustento de si e da família fica sob ameaça. Essas pessoas passam a viver de bicos, auxílios e enfrentar o hoje sem saber o que será do amanhã. Não à toa multiplicaram-se as entidades assistenciais que distribuem cestas, marmitas e outros tipos de ajuda desde o início da pandemia do coronavírus. A crise sanitária que se transformou em econômica jogou famílias para a pobreza e, até hoje, dificulta que elas recuperem suas vidas. Nesse cenário, os números positivos da geração de emprego em Catanduva, exibidos pelo Caged com relação ao primeiro bimestre, vêm como alento e não muito mais do que isso, já que as oscilações continuam sendo constantes e preocupantes. Foram pouco mais de 800 vagas criadas no período, mas nos dois últimos meses do ano passado, cerca de 600 foram perdidas. A questão é que falar de emprego é muito além de analisar indicadores com frieza matemática. São vidas de famílias inteiras que dependem da abertura de novas vagas, bem como da oferta de cursos de capacitação para que, quando a chance surgir, o trabalhador tenha chance de agarrá-la e, pouco a pouco, aprimorar-se para crescer profissionalmente e não ser alvo de um futuro corte. Porque, pelos altos e baixos que ainda são vistos, é certo que ele virá. Catanduva precisa superar essa sina e gerar empregos de forma sustentada e duradoura.