Elementar, Sir Arthur Conan Doyle
Domingo, 22 de maio, completaria 163 anos de nascimento o pouco conhecido escritor Sir Arthur Conan Doyle, criador do mundialmente famoso pai de todos os detetives, Sherlock Holmes, Pioneiro do livro policial, Doyle também escreveu O Mundo Perdido, sobre uma expedição à Amazônia brasileira que descobre um ecossistema pré-histórico com dinossauros e outros seres extintos. É por sua causa que o segundo filme e livro de Michael Crichton, de Jurassic Park, chamam-se, igualmente, O Mundo Perdido.
Escocês, médico, Sir Arthur escreveu 60 histórias com Sherlock Holmes, nome sinônimo de detetive. A fama do personagem era tanta, que eclipsou o autor, ressentido de que ele “roubava” sua possibilidade de escrever “literatura séria”. Muita gente acreditava que ele existia, e cartas pediam sua ajuda no endereço 221B Baker Street, Londres, que existe realmente, e hoje abriga o museu de Sherlock Holmes. Até a famosa polícia britânica, a Scotland Yard, buscou a assessoria do escritor para alguns casos. O detetive da ficção foi inspirado num professor de Doyle, o médico Joseph Bell, da Universidade de Edimburgo, que ajudava a polícia escocesa com seus conhecimentos.
Após anos de sucesso, Sir Arthur decidiu “matar” Holmes, pois o detetive “ocupava sua mente” com suas intricadas histórias. A reação do público foi tão negativa, que o autor se viu obrigado, bem pago, a “ressuscitar” Sherlock. Porém, o homem que criou alguém tão difícil de enganar e com enorme poder de dedução, na realidade parecia-se mais com seu crédulo companheiro, o dr. Watson, narrador das aventuras.
Atingido pela morte do filho, Conan Doyle voltou-se ao sobrenatural e todo tipo de crendice, incluindo fadas e duendes. Acreditava nos poderes mágicos de Houdini, seu amigo, embora o próprio artista o negasse. Em 1917, duas meninas usaram a câmera do pai e produziram fotos que mostravam 'fadas' e 'gnomos' brincando no jardim. Tornaram-se uma sensação, mas eram recortes de livros de fantasia presos por alfinetes na vegetação. Sir Arthur escreveu artigo e livro a respeito, acreditando na autenticidade das fotos. Anos mais tarde, uma das meninas, já idosa, reconheceu em entrevistas que a brincadeira foi longe demais. “Ele queria acreditar”, disse.
Apesar dessa faceta pouco conhecida, Sir Arthur foi o criador de um dos mais populares ícones da cultura popular do mundo, ao lado de Tarzan, Superman ou Mickey Mouse, Foi o personagem da literatura mais vezes adaptado ao cinema, 200 filmes, com versões para teatro, TV, quadrinhos e jogos. Sua encarnação mais recente foi com Robert Downey Jr, o 'Homem de Ferro'.
“Elementar, meu caro Watson”, dizia o detetive ao seu atônito parceiro. Frase, aliás, criada no teatro, popularizada pelo cinema, e jamais escrita pelo escritor que, como o bom doutor, viveu à sua sombra. Apesar de sua autocrítica, Sir Arthur Conan Doyle foi um dos escritores mais geniais do mundo.
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