Educação ou obrigação?

A manchete de capa da edição de ontem, que mostra que a Prefeitura investiu de janeiro a abril valores abaixo do mínimo previsto na legislação nas áreas de saúde e educação, pilares básicos para a vida de qualquer cidadão, levanta questionamentos interessantes.

Primeiro ponto: no ano passado, a situação na área de ensino foi semelhante, mas a justificativa dada foi de que as aulas à distância possibilitavam significativa economia, tanto que, aparentemente, alguns contratos graúdos parecem ter sido feitos a toque de caixa, ao final do ano, para que a meta de gastos fosse alcançada – como a compra de grande número de notebooks, por exemplo. Este ano, entretanto, as aulas presenciais estão ocorrendo desde o primeiro dia do ano letivo.

Outro ponto: se a Prefeitura diz que a questão financeira está equilibrada e, por outro lado, há denúncias constantes de falta de medicamentos nos postos de saúde, por que o investimento é tão falho e abaixo do exigido?

Por fim, mais um aspecto: a Secretaria de Finanças mostrou, no ano passado, que todos os índices fiscais seriam alcançados ao final do exercício, inclusive quanto à aplicação de recursos próprios na educação – e este realmente foi, mas o que justifica que os investimentos sejam, digamos, desequilibrados ao longo do ano?

Por que investir mais, nos últimos meses, ao passo que nos primeiros os gastos ficaram aquém? O que realmente norteia a injeção de recursos são as necessidades educacionais ou se trata de um “corre”, no linguajar popular, simplesmente para alcançar as metas fiscais e evitar complicações?

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.