E se você não existisse?
Imagine o mundo sem você. O seu mundinho, o seu microcosmo particular, composto por no mínimo algumas centenas de pessoas com as quais você interagiu mais proximamente em todos os anos vividos até agora. Imagine cada relacionamento estabelecido, cada vínculo efetivado, cada uma das ações e reações positivas e negativas que este complexo de influências exercido por sua existência gerou.
Liste as boas e as más realizações, de caridade sincera a brigas e rinchas. Liste suas idas e vindas na família, nos grupos específicos de colegas e amigos, nos trabalhos e profissões que você exerceu, nas paróquias e igrejas ou em associações beneficentes onde algum suor mais altruísta foi derramado, entre conhecidos e desconhecidos em todos os âmbitos nos quais você (seja onde e quando e com quem for) imprimiu sua passagem e deixou quaisquer marcas no tempo.
Feita toda esta operação de memória, lembranças e recordações, agora simplesmente retire-se de cada um destes contextos intrincados que você listou. Retire sua existência, absoluta e totalmente, da história. Em resumo, esta é a questão a qual todos devemos chegar: e se você não existisse? E se você nunca tivesse nascido? Se você não existisse, ora bolas, nenhuma das suas ações neste mundo teria existido e, sem você e sem suas ações como causa de uma teia gigantesca de efeitos através de interações, com certeza tudo seria diferente.
A questão fundamental objetivada é -- repito mais uma vez: se você não existisse, o mundo seria um pouquinho melhor ou pior, somando-se e descontando erros e acertos? Aposto que em alguma coisa, na vida de alguém e até na vida de uma comunidade, sua não existência integral provocaria um efeito dominó que tornaria a realidade menos positiva, mais negativa. Seu “sumiço cósmico” com certeza seria a causa de rupturas dramáticas que fariam de familiares, parentes, amigos, conhecidos e desconhecidos, pessoas menos felizes levando uma vida menos valorosa.
Todos nós exercemos um peso sobre a terra e uma pressão sob o céu. Descobrir e avaliar o poder de nossa existência é um dos primeiros passos para concluir o óbvio: a vida tem sentido!
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