E se... (Parte II)

Em junho de 2021, publicamos o artigo com o mesmo título descrevendo alguns episódios históricos onde o “e se” foi fundamental para mudar o destino e a vida de muitas pessoas, ora para o melhor, ora para o pior. Se cada um de nós fizer um retrospecto, certamente observará que o “se”, este singelo vocábulo constituído de apenas uma consoante e uma vogal, esteve muito presente em inúmeros momentos da nossa vida, até mesmo de forma decisiva. Fato é que, cada um de nós sempre teve um “se” para nortear uma tomada de decisão ou até mesmo uma burrada que poderia ser evitada. Então vamos elencar mais uma rodada de situações que poderiam ter mudado o curso da história: E, se Napoleão Bonaparte, em 1815, não tivesse conseguido fugir da prisão de Elba (uma ilha no mediterrâneo há 20 quilômetros da costa da Itália), para reconquistar a França. A França seria o que é hoje? E, se Júlio Cesar, o ditador romano, não tivesse sido assassinado no ano 44 a.C, como seria a Itália a partir de então? E, se Pedro não tivesse negado Cristo por três vezes, contrariando as sagradas escrituras e nem vindo pregar em Roma, como o fez e onde foi crucificado. Será que o Vaticano existiria? E, se a Coca-Cola (que não é nome americanizado), tivesse sido criada no Brasil. Será que teria a mesma aceitação mundial que conquistou desde a sua criação em Atlanta, em 1886? E, se existisse o VAR no jogo entre Inglaterra e Argentina, na Copa do Mundo de 1986, no qual Maradona fez um gol de mão e que ficou conhecido como “La Mano de Dios”. Será que a Argentina teria chegado à final e ser campeã? E, se as torres gêmeas tivessem resistido aos ataques das duas aeronaves em 11 de setembro de 2001, com um número diminuto de vítimas. Como o mundo teria reagido ao atentado? E, se Tancredo Neves tivesse sobrevivido e tomado posse em abril de 1985 como primeiro presidente pós redemocratização. O que seria de Sarney, Itamar, FHC e tantos outros que o sucederam? E, se o Brasil tivesse menos políticos desonestos (e como tem?) e mais homens com a iniciativa, ousadia, poder de realização, empreendedorismo, liderança e principalmente brasilidade de um Pelé, Airton Senna, Santos Dumont, Barão de Mauá, Marechal Rondon, Rui Barbosa, Amador Aguiar, Comdte. Rolim, Antonio Ermírio de Moraes, Valentin Tramontina, José Bonifácio de Andrade e Silva, Machado de Assis, Oscar Niemeyer, Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK), dentre poucos outros. Como seria o nosso país? Bem, como se vê o “se” permite esse tipo de divagação e até mesmo imaginar como a história poderia ser contada diferente do que é retratada. Mas, como o “se”, segundo os gramáticos, é uma simples conjunção subordinativa condicional, não permite mudar o passado, o que, todavia, não impede de ser uma importante ferramenta de reflexão para tomadas de decisões no dia a dia e, principalmente para construir um futuro melhor. Como diz o ditado, “ninguém pode ser perfeito, mas todos podemos ser melhores”, sempre! E, nessa quase mesma toada, Machado de Assis profetizou um dia: "O destino é a vontade; cada homem faz o seu destino." Então, use o “se” e escolha ser melhor e fazer o seu melhor destino (a redundância é proposital!).

Autor

José Carlos Buch
É advogado e articulista de O Regional.