É preciso dizer a verdade
A informação é a melhor arma contra a maioria das coisas ruins da vida, como as doenças e o preconceito, por exemplo. Para conduzir políticas públicas, o gestor precisa ter em mãos todos os indicadores possíveis para balizar a tomada de decisão e diante da tecnologia existente, é de se imaginar que, hoje, exista um caminhão de informações para todo tipo de situação. A área da saúde pública talvez seja a que mais tem isso em sua essência: as notificações de infecções e outras ocorrência de interesse público certamente norteiam as respostas e investimentos do setor. E é fácil constatar isso. Quando há surto de determinada doença em um local qualquer, agentes são direcionados – ou deveriam ser – para esse tipo de enfrentamento, a fim de evitar que a mesma se alastre. Assim também acontece (ou deveria) diante de denúncias recebidas pela Vigilância Sanitária, em que um estabelecimento comercial acaba sendo autuado ou até lacrado para que as pessoas não sejam vítimas do desleixo alheio. Com tudo isso posto, fica difícil compreender por qual razão a Secretaria de Saúde vem reduzindo paulatinamente a divulgação de números, indicadores, que podem servir como alerta para a população sobre a realidade que ela vive. Se há casos ou mortes de dengue, as pessoas precisam saber. Se a Covid continua fazendo vítimas, é preciso divulgar. Muitas vezes é exatamente ao constatar que o cenário é ruim e perigoso para si e para os seus familiares que o cidadão muda de postura e se torna mais um combatente contra o mosquito ou o vírus. As cartas precisam estar na mesa.
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