A vida tende a ser extremamente competitiva, por vezes, até desleal. Alguns, porém, defendem que essa competitividade, essa busca pelo individualismo absurdo é uma forma de se destacar no meio em que se está inserido, seja no mercado de trabalho ou muitas vezes no campo educacional.

Tais pontos de vista não levam em conta que outras dimensões de desenvolvimento do ser humano devem também estar presentes nesse processo. No mercado de trabalho, muitas empresas pedem proatividade, trabalho colaborativo, cooperação, entre outras habilidades do candidato à vaga, porém, a realidade as vezes se mostra cruel, o ambiente se torna um campo de batalhas. Trabalhadores precisam se sobressair uns aos outros, as vezes até as “puxadas de tapete” estão presentes, tudo para um destaque momentâneo, pois vira o mês, é lá começa a digladiação novamente.

Não longe, nossa educação tem alguns pontos que convergem ao mercantilismo, à competitividade exacerbada e ao individualismo. Esquecemos que antes de desenvolvermos um cognitivo forte e capaz, temos aqui um ser humano e precisamos olhar para além das capacidades de resolver problemas e ser mais uma mão de obra barata no mercado.

Necessitamos formar pessoas que buscam cooperar para alcançar objetivos, que cooperam para transpor obstáculos, consequentemente, que conseguem perceber o outro como igual, não como uma pedra que deve ser removida de seu caminho.

De nada adianta formarmos pessoas extremamente capazes de lidar com diversas situações problemas nos mais diversos campos do saber, mas incapazes de lidar com o ser humano em si. Educar, antes de qualquer coisa, é possibilitar a construção de uma nova versão de si mesmo, uma versão que percebe que ajudar o outro não é errado.

Precisamos mudar a concepção de como desejamos construir a nossa sociedade e abandonarmos os atuais moldes que visam pisar nos outros em uma busca incessante de um reconhecimento vazio que sempre se reinicia em uma nova folha de pagamento.