Dramas de vida
A situação de morador de rua é complexa e multifacetada. Os principais fatores que podem contribuir para alguém se tornar uma pessoa em situação de rua estão na área social, podendo citar a pobreza, a desintegração familiar, a falta de apoio familiar ou comunitário, além da discriminação – racismo, sexismo, homofobia, entre outros tipos. Em Catanduva, aliás, o Censo da Pessoa em Situação de Rua mostrou que a base de tudo está nos conflitos familiares, aliado à dependência química e alcoólica, que impedem ou dificultam que esses laços de sangue sejam refeitos. Voltando à lista de fatores, também é preciso citar os econômicos, puxado pelo desemprego, baixa renda e o endividamento, representado no censo local pela menção à “perda da moradia”. Esses fatores se entrelaçam à falta de acesso aos serviços públicos, como saúde, educação e assistência social, que fixam cada vez mais essas pessoas naquele lugar de ninguém em que vivem. Para completar os fatores mais frequentes, há os psicológicos e de saúde, tendo as doenças mentais no topo da lista, a exemplo da depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia. Também há situações de trauma, como abuso infantil, violência ou perda de entes queridos; a deficiência física ou mental – limitações que dificultam o emprego e a independência, levando as pessoas à situação de desabrigo. Com o censo e o raio-x que foi traçado desse público, a expectativa é que os agentes públicos possam traçar planos e políticas públicas que possam contribuir para melhorar a vida dessas pessoas, reconduzindo-as, quando possível, às famílias.
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