Dois crimes, duas vidas

Catanduva costuma ser uma cidade pacífica, com poucos homicídios e raros casos tidos como midiáticos. As cidades maiores costumam ter aquelas situações que causam consternação de forma bem frequente. Entretanto, dois crimes recentes contradizem as afirmações anteriores. Na terça-feira, 14, uma idosa de 86 anos foi morta a golpes de marreta dentro de sua própria casa, na região do Solo Sagrado. O principal suspeito do crime seria um homem desconhecido que foi contratado para trocar uma porta na residência da vítima. Ele foi detido no dia seguinte pela Polícia Militar e, pelo que se constatou, o acusado era procurado por crimes de roubo e estupro, estando foragido do sistema carcerário por não ter retornado ao presídio de Lucélia depois do benefício da saidinha temporária, concedido em março. Em outras palavras, a liberdade momentânea dada ao indivíduo acabou sentenciando uma senhora inocente à morte. Há cerca de três meses, um idoso de 87 anos foi atacado e morto dentro de seu estabelecimento comercial, no São Francisco. Ele foi encontrado por um cliente com uma chave de fenda cravada no pescoço. A autora do crime foi localizada na mesma data em um motel. Ela era conhecida do idoso e foi até a oficina dele pedir dinheiro emprestado, irritando-se ao ter o pedido negado. Os dois casos foram classificados como latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Ainda que a ordem dos fatores tenha sido exatamente a inversa. No caso mais recente, teriam sido levados R$ 500, enquanto no anterior, R$ 200. Dois crimes temporalmente próximos, ambos hediondos, brutais e que mostram que a paz já não é regra, mesmo nas cidades do interior, diante do avanço do tráfico de drogas e da criminalidade. Todo cuidado é pouco nos tempos em que vivemos.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.