Disney relança com atores animação A Pequena Sereia

Em exibição esta semana no CineX, em Catanduva, o filme A Pequena Sereia, é uma versão com atores da Disney para a animação de 1989.

As adaptações as clássicas animações tem resultados bem irregulares. De sucessos absolutos como Rei Leão e Alladim, temos fracassos como Dumbo e Pinóquio. A nova produção de A Pequena Sereia começou com uma falsa polêmica: a escalação de uma atriz negra para a (no desenho) branca e ruiva sereia Ariel. À pergunta (racista) que se fazia: "onde já se viu uma sereia negra?", a resposta óbvia é "onde já se viu uma sereia?" Estamos falando de uma figura da imaginação. Ela pode ser o que imaginarmos. Tudo bem que no original, A Pequena Sereia é um conto de fadas escrito pelo dinamarquês Hans Christian Andersen. Em Copenhagen, capital do reino da Dinamarca, tem até uma estátua de Ariel, inaugurada em 1913, tal a importância do autor para o país. Mas o filme não é baseado no conto de Andersen, e sim na animação da própria Disney, cuja trilha tem uma sonoridade tipicamente caribenha, fazendo sentido, portanto, que a protagonista seja negra e filha de um latino.

O filme conta a história de Ariel (a atriz e cantora Halle Bailey), uma sereia curiosa e sonhadora, filha do rei Tritão (Javier Barden), que se apaixona por um príncipe humano que ela salva, Eric (Jonah Hauer-King). Para ficar com ele, Ariel faz um pacto com a bruxa do mar Úrsula (Melissa McCarthy), que lhe dá pernas em troca de sua voz. A sereia conta com a ajuda de amigos, o peixe Linguado, o caranguejo Sebastian e a gaivota Sabidão, todos animais "realistas" criados em computação gráfica, para conquistar o coração de Eric e recuperar sua voz.

O filme é dirigido por Rob Marshall, que já trabalhou em outros musicais como Chicago, e Mary Poppins Returns. A trilha sonora conta com as canções clássicas da animação, além de novas músicas originais. O filme também traz algumas mudanças em relação à animação, como a inclusão de novos personagens e a alteração de alguns elementos da história original, dando mais protagonismo a Ariel em sua passagem pelo mundo dos humanos.

Ao contrário da animação, muito colorida, a versão com atores opta pelo realismo, com uma fotografia mais escura, já que a maior parte da ação se passa no fundo do mar. Somente os números musicais são mais iluminadas, afinal, tratam-se de sequências de fantasia (como se o filme todo não fosse). Isso também pode ser uma maneira de “disfarçar” os efeitos digitais, que tem sido um problema para a Disney nos últimos filmes e séries.

As próximas animações adaptadas são Peter Pan & Wendy, Branca de Neve (que terá uma atriz latina) e Lillo & Stitch, para 2024. Sem data definida, estão programados A Espada Era a Lei, Hércules, Alladin 2 e Cruella 2. Ou seja, com ou sem polêmica, as versões live-action da Disney são lucrativas, na sua maior parte e vão continuar.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.