Disney e Pixar tentam resgatar público dos cinemas com Divertida Mente 2

As animações da Disney e da Pixar não têm passado por bons momentos desde a pandemia, com várias produções “flopando” nos cinemas, e a maioria do público só as foi assistir no streaming. O recurso, então, é apelar para os sucessos garantidos do passado e tentar repetir o sucesso com sequências, o que nem sempre é uma receita de êxito.

Em exibição a partir desta quinta no CineX, em Catanduva, Divertida Mente 2 é a grande aposta da Disney/Pixar em recuperar a vez das animações e repetir melhores bilheterias.

O filme retorna à mente de Riley (Divertida Mente, 2015), agora na adolescência. O “Quartel General”, da mente dela, onde as emoções Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Repulsa trabalham, passa por uma demolição inesperada para dar espaço a novas emoções, uma vez que Riley está crescendo e seu corpo se transformando. A chegada de uma nova emoção, Ansiedade desafia a gestão das emoções anteriores, e parece que ela não veio sozinha.

As principais diferenças entre este e o primeiro filme, refletem o amadurecimento da protagonista Riley e a complexidade crescente de suas emoções. Enquanto o primeiro filme se concentra nas emoções básicas de uma menina, a 2 mergulha na turbulenta fase da adolescência, introduzindo emoções mais complexas como Ansiedade, Inveja, Tédio e Vergonha. A narrativa aborda temas mais maduros, como as dificuldades da puberdade e as mudanças no corpo e na autoestima, refletindo uma fase específica da vida que vem acompanhada de escolhas difíceis e autoconhecimento constante.

Além disso, a sequência apresenta uma mudança significativa na sala de controle da mente de Riley, com uma reforma que simboliza a adaptação às novas emoções que surgem com o corpo em crescimento. O filme também explora a ideia de que as emoções não funcionam isoladamente, mas em um sistema interconectado, que afeta a personalidade e as ações de Riley. Isso é evidenciado pela forma como as novas emoções, em certo ponto, sequestram as emoções antigas para assumir o controle, sugerindo uma renovação da personalidade da jovem.

A animação é dirigida por Kelsey Mann, que estreia como diretor de um longa-metragem da Pixar. Tatá Werneck faz a voz de Ansiedade na dublagem brasileira.

A sequência também se destaca por seu humor atualizado e afiado, impulsionado por um talentoso elenco de dublagem (no original e na versão brasileira). As piadas são adaptadas para ressoar com um público mais amplo, além do infantil, incluindo adolescentes e adultos, e cada personagem tem seu momento de brilho.

Além disso, o filme incorpora referências culturais contemporâneas, incluindo games e quebra a quarta parede de maneiras inovadoras, tentando criar uma experiência mais interativa para o público.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.