Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão

O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, celebrado em 1º de agosto, visa combater um dos tipos mais comuns e letais de câncer no Brasil, onde surgem 31.270 casos novos e aproximadamente 27.000 mortes a cada ano. Este tipo de câncer geralmente é diagnosticado em estágios avançados e, assim, apresenta baixa taxa de sobrevida. Esses dados alarmantes auxiliam a destacar a importância de comportamentos preventivos, principalmente para as pessoas expostas a fatores de risco, como o tabagismo.

De acordo com a Dra. Luzia Rigoldi Vieira, médica pneumologista, graduada pela Faculdade de Medicina de Catanduva (atualmente UNIFIPA), para prevenir o câncer de pulmão, parar de fumar é, sem dúvida, o fator mais importante, visto que o vício é responsável por mais de 85% dos casos. A fumaça do tabaco contém mais de 7.000 compostos e substâncias químicas, sendo pelo menos 50 delas cancerígenas. Dessa forma, mesmo aqueles que não fumam, mas são expostos à fumaça do cigarro, estão sujeitos aos efeitos prejudiciais dos componentes da mesma. Além disso, substâncias advindas da poluição atmosférica, gás radônio (presente no solo, principalmente em minas e túneis) e fatores genéticos, são elementos importantes que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de pulmão.

O cigarro eletrônico também tem sido um motivo de grande preocupação pela sociedade médica e científica. Atualmente, o uso desses dispositivos por jovens tem atingido níveis alarmantes e, apesar das pesquisas ainda não possuírem resultados sobre os impactos deste uso na saúde, sabe-se que os cigarros eletrônicos apresentam substâncias carcinogênicas. Fumar dispositivos eletrônicos é um comportamento relativamente novo na sociedade, e sabendo que os tumores de pulmão possuem um período maior para surgir, pode-se pensar em um futuro preocupante.

A maioria dos pacientes somente apresenta sinais e sintomas em fases avançadas da doença. Os mais comuns e que devem servir como alerta são: tosse crônica, dor na região do peito, perda de peso sem motivo aparente, cansaço constante, rouquidão persistente, hemoptise (escarro com sangue) e pneumonias de repetição. Para obter o diagnóstico, pessoas com sinais e sintomas da doença ou que apresentem fatores de risco para desenvolvimento do câncer de pulmão, são submetidas a exames de imagem (raio-x e tomografia do tórax- exames iniciais), broncoscopia (inserção de um tubo com câmera pelo nariz ou boca para ver as vias aéreas) e biópsia (retirada de parte do tecido para análise em laboratório, determinando o diagnóstico definitivo).

Após a confirmação histopatológica realiza-se o estadiamento, para verificar se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada para outros órgãos (metástases). A partir daí é definido se o paciente pode ser exposto a um tratamento cirúrgico (dados sugerem que cerca de 25% dos pacientes são submetidos à cirurgia), ou se deve realizar apenas tratamento sistêmico com quimioterapia (administração endovenosa ou oral de medicamentos que atingem a corrente sanguínea, visando prevenir o surgimento de metástases) ou radioterapia (radiações ionizantes utilizadas para destruir as células tumorais ou impedir que elas se multipliquem, consiste em aplicações diárias). O tratamento do câncer de pulmão, assim como de outros tipos de câncer, depende muito do tipo do tumor, do estágio da doença, da idade e do estado de saúde geral do paciente. Pode ser realizado com o objetivo de cura, de controle da doença ou de alívio dos sintomas.

A alta taxa de diagnósticos em estágio tardio é um importante fator para a elevada mortalidade dos pacientes. Dessa forma, é importante ficar alerta aos sintomas e principalmente evitar a exposição aos agentes causadores, principalmente o cigarro. Vamos contribuir para a conscientização das medidas preventivas e garantir assim a população respire de forma aliviada.

Beatriz Rigoldi Airoldi (1º ano)

Laura Strada (1º ano)

Co-autora: Dra. Luzia Rigoldi Vieira

Autor

Doses de Informação - Fameca/Unifipa
Pílulas mensais sobre a saúde | Projeto de Extensão Universitária da Faculdade de Medicina de Catanduva - Unifipa | Orientadoras: Prof.ª Dr.ª Adriana Sanchez Schiaveto e Prof.ª Ma. Juliana Guidi Magalhães